terça-feira, setembro 13, 2005

"Las Putas de Mierda" botam dedinho no cu da cultura de consumo




Sex segun Mae West é um texto do dramaturgo alemão René Pollesch, um agitador da cena alemã contemporânea. Pollesch diz que não quer suas peças sejam impressas, elas foram pensadas e escritas para serem ditas, e ditas um uma mis-en scene que ele mesmo desenvolve como diretor. Esta "forma" de dizer segundo os críticos e segundo o que eu mesmo puder conferir na direção de Luis Ureta, diretor chileno, que me pareceu seguir fielmente as indicações e meios que Pollesch usa em suas peças. A multimídia como sustentação do jogo cênico: videos que dialogam com a peça. Microfones. E techno bem alto. E uma interpretação seca, sem subtextos, os personagens falam o que pensam, e falam na cara, sem metáforas, aos gritos. A peça através destes multi-meios alcança um status de performance, desdramatizando e nos fazendo assimilar as questões do texto pela imagem, pelo som e seus intensidades, pela música e pela luz, como num videoclipe. Uma sequencia ótima é quando uma atriz, a MAria, dá um texto com a cabeça dentro de um vaso sanitário, e temos o pondo de vista o próprio sanitário visto no telão, como nas já clásicas sequencias de Kill bil 2 onde A noiva enfia a cabeça de elle Driver na patente, ou em Sin City , onde ocorre a mesmísima coisa. Mais pop impossível.
Trocando em miúdos, o texto se articula como uma palestra, uma palestra onde três mulhers conversam entre si e com o público sobre o papel da economia nas relações de afeto. Como refletir sobre afeto em um mundo regido pela economia? Aliás, como "amar" neste mundo? Assim elas assumem o papel de "putas de mierda", e refletem que a comercialisação do sexo é uma saída segura, não tão segurapois ao fazer a trasnação financeira, elas percebem que também estão comecrializando seus interiores, seus desejos e necessidades. Percebem um mundo de machos, e Mae Wet como símbolo do feminino "masculinizado" que domina o macho, e o vence atravéz do sexo e da postura ativa. A fêmea matadora, a amazona. A mulher que domina transformando seus sentimentos e se corpo em mercadoria. O mundo como um bordél.
Mas conversar não seria a palavra exata, elas travam uma batalha de gritos e sussurros, de momentos de histeria descontrolada a momentos de pianíssimo. E isso não é exatamente uma invenção do encenador, nos textos de Pollesch existe as indicações da estruturação do texto em uma forma que surege a quebra da curva dramática tradicional, aquela que parte da baixa tensão até atingir o clímax. Não, o texto é feito de blocos de informação ditos em níves de tensão variados, como se fossem "clipes" de sentido e reflexão obssessiva. Não seguem uma lógica dramática e sim uma lógica associativa e performática. Os sentidos do texo agregam-se à forma com que ele é dito, com o nível de intensidade com que é dito, como se fosse música.
As atrizes Roxana Naranjo, María Paz Grandjean E Tatiana Molina estão muito bem, e lembram muito o nível over e engraçado das atuações mais cômicas das atrizes nos filmes do Almodovar da fase mais Kitsch. A Maria dá um showzinho à parte, elas tem uma figura muito bonita em cena, mas não a beleza vulgar das fêmeas televisivas, ela dá ares de Rossi de Palma, e tem um domínio da intensidade como nenhuma daso utras colegas consegue ter. No que, nas outras atrizes eu vejo como marcas bem feitas, o corte um uma mesma fala dita de forma cotidiana com uma palavra gritada no meio por exemplo, ela cosnegue de forma extremamente natural e convicente. Ela, além de tudo, tem um tempo de comédia ótimo, aproveita a bela cara que deus deu e sempre comenta com expressões que variam do nojo, a surpresa, a ingenuidade, sempre mantendo uma personagem que parece estar chapada. Chapada de consumo, chapada de informação. E este quase estado de "transe" em que ela está é o que talvêz dê mais brilho a sua atuação.
A peça acaba com uma reflexão sobre que talvez este "comercialismo", mais focado no papel do EUA em relação ao resto do mundo, o papeldeste país que podemos considerar o "pai" das soluções financeiras para questões morais, éticas e afetivas. Poisé elas acabam associando esta forma de encarar o mundo com a onda de terrorismo em que vivemos. Aliás, pensar na palavra PAI é extremamente significativo vendo pois que no fundo é um poder PATRIARCAL que os EUA exercem sobre o mundo, o macrocosmo, e que os machos exercem sobre as fêmeas. Mas bumerangue sempre volta. E quando as atrizes dão seu texto final, revelando que no fundo querem e ser amadas mesmo, e querem assumm toda a fragilidade que o ato da troca afetiva traz, é mostrado no vídeo as imagens daquele foguete que a nasa lançou e estourou no ar matando todos o astronautas. Homnes dependem de mulheres, homens dependem de homens e mulheres de mulheres. Seres humanos dependem de seres humanos. E o foguete estoura como um gozo invertido, uma lembrança amarga de que a tecnologia, o desenvolvimento econômico, a mídia de massa e seus esteriótipos de homens e mulheres, que a lógica do consumo guardam em si um lado ameaçador e absurdamente desumano. Um presente e um futuro que apenas agride o ser humano, um ser que é em essência, afetivo.
O cara da foto é o dramaturgo alemão. Sério, muito sério. :)

3 comentários:

Anônimo disse...

entrei e li tudo viu? depois escreveu sobre o casaco

Anônimo disse...

Até agora, os dois espetáculos sobre os quais tu escreveu, coincidentemente não assisti...
Mas ando gostanto de te ler e propagandeando teu blog por aí.
Escrevi alguma coisa sobre Eduardo II mas, nem de longe, chamaria de crítica. Tá mais para egotrip. Se quiser dar uma olhada, postei no meu fotolog: http://www.fotolog.net/lucille_ball
Beijo

Anônimo disse...

Thanks :)
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