sábado, setembro 17, 2005

Endstion America é um alívio!


Finalmente, depois de uma semana de POA em CENA, vi algo que realmente me enlevou meu espírito, encheu meus os olhos e me pôs para pensar. Uma peça ótima. Não tenho medo algum de começar de maneira hiperimpressionista: gostei pra caralho. adorei. Eu to falando de "Endstation America" peça do Volksbhune, teatro estatal alemão, dirigida por Frank Castorf.
O espetáculo se insere na nova "onda" do teatro contemporâneo em reler textos clásicos. A peça se apóia dramaturgicamente em cima de "Um bonde Chamado Desejo" do Tenesse Williams. Agora, Tenesse está longe de ser um clássico, consideramos clássicos apenas os gregos, certo? Mas tá, vamos dar uma flexibilizada no termo, é clássico "um bonde" por ser um grande texto contemporâneo, apenas isso. Virou filme com MAron Brando, estas coisas que agregam valor a uma obra. Um bonde também é um retrato de uma américa do norte que se encontra desenraizada, anaxada a uma cultura de escravista e quase feudal que o novo capitalismo suplantou. Mas enfim.
Vou falar um pouco da encenação. primeiramente temos um espaço bastante limpo, um apartamento com cozinha, um banheiro que stá isolado dor esto da área de interpretação mas que tem seu iterior visível através de uma televisão que continuamente msotra o que está acontecendo dentro dele. E uma cama de casal num canto. O cenário lembra um pouco o clima estranho que a direção de arte dos filmes do David Linch tem. Ele é em parte forrado com madeira de pinho bem aparente, vulgar, e tem ao lado da porta central um daqueles dadrinhos de crianças tristes (aqueles que se tu olhar por um espelho a meia noite tu ve um demônio), puro beboche. tdo este cenarião é suntentando por motores provavelmente hidráulicos, e em momentos chave da peça o cenário simpelsmente se ergue totalmente, virando tudo de cabeça pro ar. Literalmente.
Neste espaço super despojado os atores contam da sua maneira muito prórpia a história do "Um Bonde". O diretor parte do princípio que todo mundo conehce a história. A irmã mais velha, rica-falida vai morar no aprtamentinho d airmã suburbana e acaba sueduzindo-sendo seduzida pelo marido da irmã, um bronco total. No final ele fica louca, bêbada e se descobre que o apssado dela esconde diabrurars tais como se prostituir para um batalhão inteiro de milicos e seduzir seus aluninhos do colégio. Ela si de cena carregada por médicos e diz a famaso frase "eu sempre dependi da bondade alheia". ams isso não interessa para o diretor. O que interessa o CArstoff? om, acho que interessam várias coisas, a peça abrange muitos níves de leitura. eu posso começar dizendo que vi uma crítca clara sobre o modo de vida nortamericano. um país de imigrantes (lembrem-se que o núcleo de personagens da peça do tenesse é de imigrantes, e descendentes de imigrantes, poloneses, franceses) que perdem sua cultura original e são abarcados pela cultura de massa e de consumo que rege os EUA. para exemplificar isso comento um momento da peça. Depois de Blanche falar para a Stella que seu marido, o Stanley Kowalski, é um macaco, um símio descontrolado, um bruto, um animal. Após isso a porta se abre e entra um ator fantasiado de gorila em cena, segurando um caixa de chicletes gigante. É o Stanley, eles agem como se nada tivesse acontecendod e errado. O efeito é MUITO cômico. E Stanley fantasiado de macaco assumo o discurso absurdo da situação e conta que estava fazendo a gravaçãod e um comercial de chiclete, mas que "a girafa" ficava sempre na frente dele, e que ai nãio ficou legal" Ai ele começa a cantar uma música tradicional polonesa, e no meio dela, troca alguns versos para coisas como "compre o chilcé tal... é refrecascante, faz bem pro hálito, etc etc etc". Acho que fica clara a brincadeira do diretor com um: o texto da peça. Do discurso metafórico de Blanche (a animalidade de Stanley) para sua concretização ao pé da letra em cena. (ele vestido de macaco). A canção tradiconal que ele canta sendo transformada em uma jingle de venda de chicletes, o que mostra bem o processo de "aculturaçao" que estes personagens estão sofrendo. Perdendo raízes.
Outro plano possível de leitura e que se agrega bem à crítca aos EUA é a descontrução de linguagem que oa atores e o diretor fazem do Realismo. PAra tanto a encenação pesca os clichês mais infames relacionados ao realismo e a estética do Tenesse Williams, pesca estes clichês e os retrabalha através de expedientes como repetição ou hipérbole, fazendo com que els pecam o sentido, e sejam sntrumento de reflexão sobre lignuagem e sobre o texto. Exemplifico: Stela sofre violência de Stanley, ele a pega como uma boneca e num ritos exual grosseiros a abusa. Ela, jogada no chão, se arrasta pelas paredes. Issoé m clichê de situação realista, se arrastar no hção depois de uam cena de violência. Só que todos os outros personagens começar a se arrastar pelas paredes junto a ela. Ouseja, pela repeiçãod a marca o diretor esvazia o sentido mais "dramático" que ela poderia ter fazendo com que fique cômica, dandoe spaço parao públicor refletir sobre a liguagem que o relaismo se utiliza. Ou que o teatro aprendeu a usar quando lidando com estes textos. E este expedianete o diretor usa em vários momentos. Sempre criando humor e esvaziando a carga dramática.
Um outro plano a ser refletido é a multimídia queé usada com uma elegância ímpar. A tv semrpe transitindo as cenas que ocorrem dentro do banheiro. É ótimo, os persionagens aceitam que a televisão seja umc anal de comunicação e contracenam através da tela. Um olhando e outros no banehiro. A imagem do banheiro visto de dentro pela câmera lembra muito as tomadas do infame programa de televisão Big Brother. Depois mais pro final da peça eles retiram a câmera de dentro do banehiro. Stella está quese ganhando bebê, Stanley afila dando seus textos, filma a Blanche no momento onde ela recebe a passagem de ônibus para sair fora de uma vez portodoas, e no meio do discuro raivoso de Blanche, Stanley a dirige, "Calma, você está fora de quadro". Interessante isso. Dá margem para pesarmos sobre o papel da imagem hoje, sua relação com a vid real e com a ficção. Ja não se vive mais, se vive para ser msotrado, os 15 minutos de fama propagados por Warhol são agora uam realidade.
E por falar em Warhol, o diretor se apoia claramente sorbe as idéias do ícone POP. Em umd ado momento da peça os personagens debatem sobre a cantora NICO, ex amante do Lou Reed e produto de Warhol. Nãosód ebatem como o warhol aparece na televisão, em um documentário sobre a POP art. A história de Nico, que é contada na peça tmbm é um veio de leitura muito interessante e fala sobre aculturação. Os personagens contam que Nico era uma cantora alemã que foi pros States e lá se enamorou do Lou reed, e ele a destruiu. A velha história do imigrante. Como Stanley é. Etc.
Mas o apelo a POP ART não para ai. E proprio da pop usar subprodutos da cultura de consumo para jstamente atacar esta mesma cultura. Lembremos da sopas campbell de Warhol. Na peça temos o chiclé gigante que lembra as muito a instalação de caixas de sabão do Warhol, BRILLO. Na cena do poker os eprsonagens imitam uma boyband e cantam Britney spears em cora. Hilário. E pós-moderno. e POP. Além disso o diretor cita filmes como Psicose. Na cena onde Mitch flerta com a Blanche entra derrepente em cena uma cadeira de rodas com um esqueleto vestido de velha. Blanche está no banheiro e Miche começa a ter um diálogo consigo emsmoafzendo o papel de si e da mãe morta. Ele pega uma faca gigante e va parao banheiro. Depois da cena aida ironiza a própria encenação: "com todos estes probelmas de família ainda enchemos a peça de citações". Ai como é bom o deboche inteligente.
Acabo estes pequenos e confusos escritos falando que o trabalho dos atores é fantástico. São verdadeiro clowns, tiram sarro de tudo, puxam o tapete uns dos outros, e exploram seus corpos e vozes de maneira muito linda. Estão se divertindo em cena e compartilhandoe seta diversão a todo tempo com o público. Vndo a peça se tem a certeza que ela não fo construída pro um diretor autoritário e que chegou com idéias pr[é-concebidas. Vê-se pela fartura das situações ciorporais queali teve muito laboratório, muita descoberta. Vê-se que a peça é frutode atores em pagos e bem alimentados, gente inteligente e que ganha bem para se desenvolvber como profissional e artista. Coisa que só ocorre mesmo nos países "desenvolvidos" (que trash esta palavra, mas eles ganahr grana para trablahr e nós não)). Nós aqui da Terra Brasilis temos que batalhar a grana em mil fontes ao mesmo tempo, produzir com o mínimo necessário e não podemos nos dedicar com tanto furor e tempo à contrução dos nossos espetáculos. raramente temos tempo de "pesquisar linguagem" Ninguém paga ensaio, inguém pagapesquisa. É uma pena. Mas tmbm é ume estímulo a bucarmos formas cada vez mais eficases de patrocínio. Formas que possibilitem pensar o teatro não apenas como contrução de espetáculos, mas de espaço para investigação de lignuagem. temos que encontar espaço para que aqui, mesmo sem apoio estatal intenso, possamos contruir um teatro vivo e em pleno diálogo com o mundo e com a contemporaneiadade em termos de arte.

3 comentários:

Anônimo disse...

Finalmente discordamos loucamente!
beijo

Anônimo disse...

bom cara, bem bom.

esqueceste de falar sobre a impossibilidade de inserçao do espectador no drama, pois ha piadinhas bizarras(e mto boas) em praticamente todos altos dramaticos do texto... isso associado há um drama(ainda q castrado cenicamente) mto forte, as vezes tao forte q te impede de rir das piadas e te poe numa desconforto reflexivo raramente visto..

ta ok, fui meio rebuscadinho mas foda-se

João de Ricardo disse...

na real a peça é muito "brechtiana" no sentido que, como tu mesmo fala, as piadas servem para afastar o espectr do "drama" e fazê-lo refletir sobre o que está rolando.