segunda-feira, dezembro 22, 2008

Comentário publicado na Zero Hora e no Blogue do Renato Mendonça, muito legal!

Lisandro Bellotto e Sissi Venturin em "Teresa e o Aquário",
foto de Marcos Nagelstein

Mergulho na memória

Foi um sábado de surpresas no Theatro São Pedro. A primeira delas, desagradável, foi o atraso de mais de uma hora na apresentação da montagem Teresa e o Aquário, algo inédito para os padrões de pontualidade da casa comandada por Eva Sopher. A razão foi um desfile de modas que precedia a peça.

A segunda surpresa, agradibilíssima, foi Teresa e o Aquário, vencedora do 8º Prêmio Habitasul de Montagem Cênica (para acessar o blog da peça, clique aqui). Ou melhor, foi Teresa, o Aquário e a disposição da Cia Espaço em Branco de explorar os limites da encenação. Os trabalhos anteriores do diretor João de Ricardo _ Extinção (2005) e Andy/Edie (2006) _ já sinalizavam elementos que ele explorou radicalmente ao longo das duas horas de Teresa...., principalmente, o uso de projeções em cena para multiplicar os pontos de vista da cena e permitir que o espectador tenha acesso a detalhes.

A partir do conto Teresa ainda Olhava para o Aquário, de Luciano Mattuella, João e seu grupo montaram uma história de Romeu e Julieta contemporânea, lisérgica e multimídia. O enredo básico: homem encontra mulher, os dois pensam que descobriram suas almas gêmeas, o par enfrenta o desgaste do dia-a-dia. O fardo de viver termina em "morte": Teresa mergulha no aquário e no sonho, seu companheiro fica paralisado por suas memórias. No final, quem diria, o amor triunfa. De alguma forma, os dois voltam para a água, para o útero, para o que é móvel e consegue mudar de forma.

Para representar isso, João esqueceu o que é o teatro tradicional. As conhecidas varas de luz sobre o palco tomaram a forma de spots no palco e de varas coloridas, portáteis e fluorescentes. Cenário: nem pensar, só imaginar. O som, criado em tempo real ao trompete, escaleta e maquininhas eletrônicas por Roger Canal, era feito às vistas do público. O próprio João estava em cena, manejando a câmera. Ao contrários do delírio verbal de Extinção e de Andie/Edie, as falas em Teresa e o Aquário são bem mais rarefeitas e agudamente confessionais, como se fossem pequenos blocos de memória boiando e se chocando no pequeno espaço de um... aquário.

Nas palavras do próprio João, Teresa e o Aquário é uma peça esburacada, que convida (ou desafia) o espectador a preencher as sugestões visuais e sonoras com sua própria bagagem. Ou seja: típico espetáculo que será amado por alguns e odiado por outros. Mas dá gosto e orgulho ver a coragem da Cia Teatro em Branco ao descartar fórmulas teatrais consagradas para contar sua história. Assumindo o risco, o grupo partiu da história para construir uma fórmula original, alheio a caminhos mais fáceis para o público e para o elenco. O espetáculo volta a cartaz em março, no Bar Ocidente, e em abril, na Sala Álvaro Moreyra.

Perfil

Organizado pelo editor de Teatro de Zero Hora, Renato Mendonça, este espaço reúne críticas, opiniões de artistas, vídeos e ensaios fotográficos relacionados às artes cênicas.

Para falar com o blogueiro:

renato.mendonca@zerohora.com.br

Para conhecer o blogueiro:

www.renatomendonca.com

http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&template=3948.dwt&tipo=1&section=Blogs&p=1&coldir=2&blog=359&topo=3951.dwt&uf=1&local=1





O Edu, grande amigo escreveu no seu blogue

Segunda-feira, 22 de Dezembro de 2008

TERESA E O AQUÁRIO


Fico me perguntando quem sou pra discutir teatro? Acho que ninguém, mas mesmo assim certas coisas não podem ser deixadas passar em branco e tenho que então usar de minhas vivências para poder me expressar.

Em agosto comentei aqui sobre um workshop que participei. Essa experiências, junto de muitas outras resultou no espetáculo Teresa e o Aquário, que teve pré-estréia no último sábado, 20 de Dezembro, no Teatro São Pedro em Porto Alegre.

A peça marca mudanças significativas no trabalho da Cia. Espaço em Branco, que anteriormente abordou os valores da POP-ART em Andy/Edie. Dessa vez a Cia. experimenta uma dramaturgia própria através de um processo de concepção que durou meses e só foi finalizado lá, em cima do palco.

Lisando Belotto e Sissi Venturin que em Andy/Edie interpretaram o casal Bob Dylan e Edie Segwick dessa vez fazem um mergulho profundo na relação homem/mulher. O encenador João de Ricardo pela primeira vez realiza um espetáculo inteiro sobre o AMOR, mas foge das conveniências, o que fez com que uma parcela incomodada da platéia debandasse antes do final arrebatador.

Tudo é abordado de uma forma abstrata que junta os atores em cena as projeções lúdicas capitaneadas pelo cineasta e fotógrafo Bruno Gularte Barreto. A beleza das cenas que também conta com luzes fluorescentes são imagens um tanto indescritíveis. O aquário de Teresa germina, floresce, entristece e interage diretamente com a platéia que passa pelos diversos estágios do amor, do desejo à loucura.

A melhor coisa da Arte é quando ela te convida para compartilhar experiências e conhecer novas linguagens, quando ela perturba e te faz refletir. Muito sucesso e merda para a Cia Espaço em Branco que já tem duas temporadas de Teresa agendadas para o ano que vem, no Espaço Ox e na Sala Alvaro Moreyra.

Quem sou eu?

Minha foto
Eduardo Iribarrem
Meu nome é Eduardo, tenho 20 e poucos anos, moro no RS. Sou feliz por viver na era da informação. Entre as minhas coisas preferidas no mundo estão música, cinema e internet. É isso tudo, e um pouco mais que pretendo reunir aqui no Blog. Fora isso estudo Jornalismo e sou DJ. Se por acaso alguém achar que vale a pena descobrir mais, aí vai o MSN, eduardo417@hotmail.com
http://unascositasmas.blogspot.com/

domingo, dezembro 21, 2008

Mais uma crítica, agradecido amigo!

Felipe V. disse...

Fui ver Teresa e o Aquário e sai mal do teatro. E ao mesmo tempo muito feliz. A impressão que eu tive é que estava diante de algo realmente novo, não novo no mundo da arte (o espetáculo é uma explosão de referências maravilhosas), mas novo aos olhares de Porto Alegre. O público, atônito em muitos momentos, saia do Teatro São Pedro a cada nova cacetada dada pelo espetáculo. A platéia foi ficando cada vez mais vazia, e o espetáculo ficando cada vez mais perturbador. E lindo! Teresa e o Aquário foi uma epopéia imagética, uma profusão pictórica de vísceras e água, algo difícil de engolir, quase impossível de digerir e que ficará na minha cabeça por muito tempo. Talvez seja um dos trabalhos que melhor define a expressão de uma amiga minha, a Mary: contemplar é um ato violento. Ousadia e beleza caminhando de mãos dadas é uma das melhores coisas que podem acontecer numa obra de arte. Lisandro, a cena em que enfrentas o trânsito é espetacular. Sissi, passei metade da peça de boca aberta. Tu simplesmente destrói. Aquela cena da vaca é um absurdo de impressionante, to pensando até agora naquilo! A luz está linda, a trilha ao vivo é incrível, os vídeos são mágicos, a direção é sensível, precisa e inteligente. Enfim, não tenho muito o que dizer senão dar os meus mais sinceros parabéns a Cia. Espaço Em Branco!


Felipe Vieira de Galisteo

  • Idade: 26
  • Sexo: Masculino
  • Signo astrológico: Áries
  • Ano do zodíaco: Cachorro
  • Atividade: Artes
http://teatrosarcaustico.blogspot.com/

ESTREAMOS!!! Uma primeira crítica:

Teresa e o Aquário


Contemplar-se

“Entra Jasão e dirige-se à Medéia (...)

MEDÉIA

Maior dos cínicos! (É a pior injúria que minha língua tem para estigmatizar a tua covardia!) Estás aqui, apontas-me, tu,meu inimigo mortal? Não é bravura, nem ousadia, olhar de frente os ex-amigos depois de os reduzir a nada! O vício máximo dos homens é o cinismo. Mas, pensando bem, é preferível ver-te aqui; abrandarei meu coração retribuindo teus insultos e sofrerás ouvindo-me. (...) Tratado assim por nós, homem mais vil de todos, tu me traíste e já subiste em leito novo! (...) Ah! Esta mão direita e estes meus joelhos que tantas vezes seguraste! Ah! Foi em vão que tantas vezes me abraçaste, miserável! Como fui enganada em minhas esperanças!... (...)

Não quero uma felicidade tão penosa, nem opulência que me esmague o coração!”

EURÍPIDES. Medéia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, (s.d.). P. 36 – 41.

________________________________________________

Há um aquário que, um dia, fica vazio porque a água toda escorre pela casa como também o amor escorre por todo o mundo quando estamos apaixonados. Há um peixe dentro do aquário que está vazio porque a água, assim como o amor, foi embora. O peixe não se convence da morte e luta contra ela. Então, encosta sua cabeça no fundo tentando respirar até que não se lembra mais de nada.

Tereza estava com cabeça no fundo do seu aquário quando Ele voltou. Ele, seu ex-marido que se foi, que não a valorizou, que partiu, que sumiu a inundar o mundo. Ele volta. Chama por ela uma vez. Quer falar. Chama outra. E outra. E outra. Ela resiste. Os dois brigam. O amor, como água se foi. Que ele também se vá.

Tereza veste um vestido branco sem nada além de branco como também é o chão. Ele veste uma calça preta sem nada cobrindo o peito. Os dois estão descalços. A luz é geral. O aquário é um balde comum cheio de água comum. Nem uma única palavra é dita.

_____________________________________________________


Eurípides escreveu Medéia em 431 a. C. João de Ricardo pré-estreou “Tereza e o Aquário” ontem. Um marido que se vai. Uma mulher que fica. Um rancor que se guarda.

O que há entre João de Ricardo e Eurípides é 2.439 anos de diferença. O que há entre nós e João de Ricardo é um caminho incerto entre o que fazemos e sentimos e o que percebemos que fazemos e o que percebemos que sentimos. Porque qualquer um pode montar Medéia hoje, mas não é qualquer um que representar a si mesmo, a sua geração, o nosso conflito. Não é da relação homem e mulher que falamos ao citar Medéia. Tampouco ao enaltecer os valores de Tereza e o Aquário, produção da Espaço em Branco. Mas é porque o cinqüentão Eurípides contou a sua versão e utilizou o seu tempo para contar a história que queria. Hoje lemos a tragédia e sentimos o século IV antes de Cristo. Agora, assistimos a “Tereza” e nos sentimos como parte de uma história no quase verão de 2008-2009. João de Ricardo, trintão, nos deixa sentir o nosso próprio tempo. Somos no palco.

Não temos regras e as que há não incidem sobre nossas decisões como outrora aconteceu com nossos pais. Os atores não definem um fim ou um início. Sissi Venturin come bergomotas (?) e Lisandro Bellotto faz nós em gravatas. Nem sempre sabemos o que dizer, nos debatemos como loucos em busca do quê e de que formas se expressar. Tereza se joga no chão, baila sobre a atriz que a interpreta. E a liberdade conquistada antes de nós nos deixa sem ideologia, imersos sobre luzes coloridas e bichos pequenos vistos como se fossem grandes. Nossos celulares tocam até mesmo quando estamos fazendo cocô, personagens de uma tragédia grega, dispostos conforme nos pedem os deuses sem que saibamos bem quais, quem e quantos são eles. Nossa visão não é/está nítida porque estamos no fundo do mar e olhamos com olhos de mergulhadores para a realidade que nos envolta.

Duas horas de um espetáculo que nos coloca como Tereza a olhar o seu aquário e ver-se no lugar do peixe. Poderia ser uma hora e meia, houvesse menos projeção e mantida a atuação no valor que já tem. Afinal, o sublime do espetáculo está nas sementes e não na árvore inteira que cresce na medida em que a água dos aquários sai.

O onírico está em contemplar-se com interesse e emoção. Palmas!

Rodrigo Monteiro

Licenciado em Letras - Português/Inglês pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos.Bacharel em Comunicação Social - Habilitação Realização Audiovisual pela mesma universidade. E mestrando em Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
http://teatropoa.blogspot.com/

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Teresa e o Aquário estréia!


Convido a todos os amigos para a estreia do mais novo espetáculo da Cia. Espaço em BRANCO dirijido por mim. Dia 20, 20h no Theatro São PEdro. A Entrada é FRANCA!

quarta-feira, novembro 12, 2008

Bienal do VAzio

Interessante, esvazia o espaço, aparecem as pessoas. Muito interessante.

terça-feira, outubro 21, 2008

Bienal Internacional de Dança de Par em Par do Ceará.



http://www.bienaldedanca.com/programacao.html

Olha que surpresa agradável, um vídeo que foi feito dentro do Andy-Edie, dirigido por mim, e com a Sissi Venturin performando lindamente a morte de Edie Sedgwick foi selecionado para a Bienal Internacional de PAr em PAr de Dança do ceará!

Confira na Programação

18. In Box: Para Edie Sedgwik (2006) – Porto Alegre (RS) – Direção e concepção João de Ricardo Composição coreográfica e intérprete Sissi Venturini Produção Cia Espaço em BRANCO Duração 2’18’’

terça-feira, outubro 07, 2008

quarta-feira, outubro 01, 2008

bom, mau , feio e bonito


auto retratos do artista

segunda-feira, setembro 29, 2008

Mais caderno descarnado


foto casulo + scan do caderno do artista
powered by photosop

sexta-feira, setembro 19, 2008

Casulo N. 7



Esse casulo foi feio durante o FEIA. Festival de Artes do Instituto e Artes da UNICAMP. Em 17 de setembro, durante o pôr do sol.
fotos by flavio rabelo e isabella santana - edição das imagens joão de ricardo powered by photoshop.

TASK:
O performer conversa com os transeuntes e pede para que eles leiam um texto (esse que vem a seguir) num gravador manual. k-7.
o performer depois de coletar diversas leituras, depos de ter ffeito contato com várias pessoas vai até um gerador de energia.
cola sua roupas com durex nesse gerador
enrola-se em um plástico
deitado, rebobina a fita do gravador e ouve os depoimentos-ficções.

1

espero poder estar morando em algum lugar ano que vem

espero tenho esperança

é sempre uma pressão

a vida é uma pressão constante


os zen falam estamos sempre perdendo somos temporais

como encontrar equilíbrio nisso

no instante furacão?


2


I want to send you the file ''Our Hell.mp3'' (5,87M bytes). It will be saved in directory C:/Arquivos de programas/aMSN/scripts/amsn_received. Do you want to receive this file? - (Accept / Save as / Reject) File transfer accepted


que gostoso esse flow

td bem robozinho?

sim estou bem e usted?

eu tmbm acho que to bem só penso no meu trabalho tento investir nele como forma de...até de possibilidade de existência sublimação total

eh bom

sei lá é é é é é bom

é é bom é é bom sei lá é é bom

vou me enrolar em plástico amanhã

amanhã será hoje será agora amanhã será ontem será anteontem amanhã amanhã sera hoje amanhã

será o ontem de hoje amanhã

será agora foi ontem é agora será amanhã

amanhã é hoje ontem

vou ter um gravador como esse veja bem

veja bem eu deitado aqui ontem ou era hoje?

eu deitad o aqui hoje.

vou pegar conversas como esta confissões vou gravá-las e ouvi-las

em público num entardecer

mais textos vou mandar isso em vídeo em foto pra todo mundo, quero trabalhar e ano que vem não to com perspectivas muito concretas além de ter que escrever meu texto - reflexão sobre esse próprio trabalho que está acontecendo aqui e ganhar dinheiro uma bolsa que to tentando funarte com um texto que estou escrevendo desde 2006 e um concurso público !!!

concurso público dinheiro tudo custa dinheiro minha existência está diretamente relacionada a minha capacidade ou não de ganhar dinheiro


vc tem mais planos que eu


vc tem o seu emprego não? e seus clientes. Vc tem sua existência garantida por um fluxo de dinheiro

simmas não sei aonde vou estar ano que vem

no ano que vem no ano que vem

as vz eu acho que tu te sente um freak como eu me sinto mas não é só isso sei lá to me autoprojetando

eu me sinto um freak muitas vezes

vem vem é tudo um blur

eu também eu

eu ano que vem como eu

o que fazer ano que vem o que fazer agora? o que eu fiz até ontem?

é tudo um blur BLURRR

isso é tudo um blur meu futuro é um blur


ontem fui num buteco

me deram 29 anos eu tenho 21 anos

eu tenho 30 anos me deram 21 anos

eu tenho barba branca e já to ficando careca

eu já namorei duas vezes e meia eu já achei que amei muito mais que duas vezes e meia mas eu jamais vou conseguir definir quando estou ou não amando

é só um buraco físico, um ardor, uma idéia repetida mil vezes uma idéia repetida mil vezes eu não quero nenhum tipo de relacionamento eu sou uma pessoa fria eu sou uma pessoa uma pessoa que não sabe pra onde ir mas continua indo

eu tenho 21 anos eu não sei lidar com o amor eu não se lidar com as responsabilidades eu faço as coisas como eu robô eu faço tudo automático eu só preciso assegurar minha existência ganhando dinheiro amando dando oi pros meus amigos


tu ta pegando tudo pra ti

divide com as pessoas

refresh your heart


tenho que achar ele o eu

vou sublimar o robozinho do mágico de oz

sublimar

o pequeno cadáver de lata


as vz eu acho que tu te sente um freak como eu e sinto

mas não é só isso sei lá to me autoprojetando

eu me sinto um freak muitas vezes eu também me sinto

mas aí penso...por que??? eu q devo estar errado..os outros q estão

eu nem sei o que penso to em blur total:

só tenho tarefas a serem cumpridas

além disso tentar ser alguém

cadáver de lata

vou me enrolar em plástico


já estou enrolado até o coração das células até o nascedouro das idéias

tudo o que visto, sinto, minha conta no banco , meus deveres a cumprir meus medos

adensando a complexidade da minha vida


fui tirar dinheiro para comprar comida pouco dinheiro pois eu como no bandejão, pra economizar eu tenho algum dinheiro guardado pra economizar a conta estava vazia

tinham limpado minha conta

me clonaram

me deletaram no msn

me clonaram e rasparam minha conta

apagaram meu histórico me deletaram me clonaram

mas eu não acho complexo...é tudo simples, simples e complexo

é difícil pra mim até organizar meus textos as coisas mais corriqueiras o que fazer a cada dia

encarar cada dia ser encarado pelos dias organizar as mínimas coisas e tudo mais a grandiosa complexidade da banalidades de cada tarefa que me ocupa e me define

dramin faz dormir e não precisa de receita preta

eu já tomei muito remédio de tarja preta

eu pareço estar em tempos e lugares diferentes, ao mesmo tempo

eu sou um robô um cadáver um homem até onde?


(pausalonga)


2


eu tenho vergonha de me olhar olhar meus próprios vícios de linguagem

eu me vejo aqui deitado no chão como um corpo achado num parque como uma dessas imagens fetiche que ja vi tantas vezes nas tela frias. olhando pras telas frias e seus corpos cobertos de plástico. o gravador na mão. memória de warhol. na memória como espaço físico a ser preenchido como dimensão temporal e física como ação e ritual como incorporação da memória como subjetivação

O aparecimento de um súbito "de" entre as palavras que compõe o meu nome.

que por sinal é feito da mesma matéria do nome dos meus avós:o materno joão e o paterno ricardo. brasileiros ele trabalhou como secretário e entre cadernos calculadoras e canetas e telefones escrevendo coisas organizando papeis atendendo telefones telefones celulares vendo televisão ouvindo rádio jogando videogame com a gente fazendo gente sendo gente entre as pessoas meu avô ricardo na zona rural de portoalegre pequeno comerciante a casa com a bisavó um terreno cheio de memória e cantos escondidos armários pesados de madeira uma gaiola onde o charque seca onde as uvas não são tão doces quanto as do super mercado mas é bonito vê-las uma casa de madeira e uma velha quase espectral a horta tudo verde e húmido tinha que passar o parreiral o armário antigo o cheio da casa dela o elefantinho de molho de tomate pendurado na porta do guarda roupa

as figuras que aparecem nas portas dos ármários de madeira, nos forros do teto nos mofos da parede

as caras de gentes

atendendo ao outro ao patrão e as pessoas que chegavam no armazém ou nos escritórios na antiga madeireira depois de ter fechado ele, ter alugado o ponto, trabalhado pro meu pai no escritório em vários escritórios servindo os patrões os filhos os netos às pessoas que chegam no balcão tomando cerveja nos fins de semana dos filhos dessa gente sou filhos deles dos meus pais dos meus avós desses homems que estavam sempre entre outros homens todo mundo num tecido só pessoas na frente de pessoas entre pessoas dormindo namorando brigando traindo tendo ciúme roubando sendo roubado a cada instante desaparecendo no furacão do instante.


o que tu pensa em fazer? o que ta rolando????


(pausa)


3


unidos pelos sentidos pela presença física de nossos corpos.

esse aparecimento deu-se quando pesquisei meu prórpio nome do google

longe de qualquer afetividade, só pela natureza fria da tela, de alguém que nasceu e cresceu frente uma enorme de tela fria, e parentes, e amigos, e comunidade, colegas, pessoas e máquinas,e as páginas misteriosas e terríveis curiosas sempre dos livros dos olhos pintados de vermelho nos livros nas histórias que eu lia via me sujava todo de poeira de imaginação de perder o fôlego de ter insônia de não querer jamais sair da cama.

eu só consigo pensar em afirmar a materialidade dessas coisas tão banais e preciosas

gravando elas, dando meu corpo pra elas, enrolado num plástico, esse sou eu

caído, enrolado, vivo, vestido morto pelado aqui e a muito tempo atrás,

nós nem nos conhecíamos nossas almas eram anjos era memórias virgens não nascidas turbilhonamentos abstratos

nunca imaginaríamos que estamos aqui. frente um do outro.

por eu ser um veterano do atari (eu me dei um playstation 2 esse ano, vou carregá-lo nas costas como um bebezinho mimado eu tenho uma gata também, não sei como carregá-la, uma gata que já foi rejeitado por dois, será por mais um e assim subsequentemente. alguém quer adotar uma gatinha?)

e meu velho computador de mesa que comprei com o grana que juntei em minha permanência em portugal, trabalhando sempre, por ae, sempre indo sem saber para onde ir mais indo

minha falcon milenium (pausa) suja, suja!


por sermos tão profundamente banais. por as vezes querer entrar com o carro no poste mesmo parado. Por eu querer entrar com meu carro em um porte em alta velocidade em dirigir rápido até o abismo mesmo sem nunca ter aprendido a dirigir andando sempre eu me enrolo aqui reivindico mina materialidade primeira


(pausa)


4


no momento estou montando a programação de um site, depois tenho q finalizar outras coisas de outros projetos q estão abertos...no final de semana devo ir até minha cidade pois meus pais farão 25 anos de casados semana que vem e vou levar eles e minhas irmãs pra jantar eu pretendo trazer o vídeo-game que meu pai comprou pra ele aqui pra casa...nintendo wii divertidissimo

tu sabe da sedução das máqunas me sinto atraído por ti vamos ser namorados vamos jogar videoagame juntos

eu sou um veterano do atari até meu avô joga videogame

nós seguramos juntos no joystick JOYY JOYYYY joyyy joyyyyyy


5


eu estou negociando


o aparecimento súbito de um "de" entre o meu nome, nova composição do meu nome, foi feita pra que ao me procurarem no google não achassem o guitarrista dos secos e molhados antes de mim.

pela imaterialidade do meu trabalho pela presença mesmo que virtual, simbólica, avatar incorporado na rede dentro e fora irmão e duplo das telas frias dos olhos

pela medo do grau de intimidade do meu trabalho, publico e privado

pra ser achado para criar canais de comunicação por invenção

pela imaterialidade do meu trabalho eu reclamo minha própria existência física como atualização de memória como identidade pessoal materialidade como possibilidade de construção do passado do futuro do eterno atual

meu nome é joão "de "ricardo. eu nasci em 1977. a ditadura aproximava-se do seu esgar e eu na frente da telinha, comendo do colher que minha mãe me levva a boca, um velho vestindo verde oliva,de ray-ban na televisão

eu sou artista quando não estou em pânico ou simplesmente catatônico quando eu não sou um artista

eu nasci faz 30 anos sou um corpo jogado num mato,enrolado num plástico segurando um gravador se ouvindo em silêncio. alguém.


6


meu coração sapateando

o meu tmbm

meu deus todos os meus amigos estão aoux borde du nerves

arquétipo e cafonice

ENTRE O CEU E O INFERNO DA MAGIA

só de noite

o cara que pisoteia meu coração me chama de baby e depois não fala mais comigo

todos meus amigos em pane

homens

PANE

TILT NO CORAÇÃO

TILT NA MENTE

eu tento entender, ele parece facilitar e depois volta atrás

homens

sentir pensando

isso me deixa cos corno virado

isso me deixa com os cornos virados

num sei se sou

só tenho a mim mesmo a imaterialidade do meu trabalho

eu só tenho a mim mesma

passei por uma depre trashissima de duas semanas

fiquei dias sem comer e tomei tragos que achei que fosse morrer

amanhã vou me enrolar em plástico num grande plástico semi fosco com um gravador na mão provavelmente nú e vou ficar deitado no mato ouvindo muitas confissões trechos de conversas raciocínios vagos

mas acho que ter enfrentado o monstro e não só medicado ele me libertou um pouco

eu tmbm fique podre semana passada tomei porres

o gordo em porto alegre tomou um caixa de remédio pra dormir

tem no meu msn semi conhecido internado em hospital por depressão

tilt na alma

vou ter que me desfazer de tudo o que construí assim de material nesses dois anos aqui

voltar

tilt no coração

ir pra outro lugar

mais mudança

to me abrindo pro que der e vier

dependo de muitas coisas muito vagas blurs

blur na mente

tilt no coração

o mundo em total eclipse

não sei mais o que faço além de tudo que faço

trabalho

vamos ouvir blur

end of the century

fui até o atendimento psiquiátrico da universidade sentei na frente da senhora eu rpecisava conversar ela prontamente me chamou de perverso, mórbido e que eu não sei se eu sou um garoto ou um homem, e que a vida é dura e eu concordei apesar e achar a técnica redutiva e não percebendo tudo mais

de usar bermuda e tenisinho assim da moda (da moda...) e jaqueta de homem

mas eu me criei fazendo dos limões minhas limonadas

ela me chamou de perverso de mórbido e eu ali, sentado com todos os meus segundos de vida

olhando pra cara dela, bem triste por dentro

sendo duro olhando na pupila

pensei nos meus trinta anos. Memória e imaginação.


terça-feira, setembro 09, 2008

em trânsito

a casa do avô

(palco imerso em escuridão total. pino de luz revela homem de olhar baixo. Subitamente encara a platéia. ele fala rapidamente, entrecortado por silêncios e escuridão):

é inverno. (pausa) ele está congelando.(pausa)
ESSES FLUXOS DE TRANSITO BARULHENTO NAS NOITES CHUVOSAS DE RUSH. luzescruzantesbrancasamarelasvermelhas
buzinaços
a mandíbula se contrai
o celulartoca (pausa)
eu não sei onde vou morar. (pausa) ele pensou sem atender o telefone.
(pausa) eu não sei pra onde eu vou nesse exato momento. Só sei que vou. Eu tenho somente ido, sem saber pra onde. Meus pés afundados no acelerador. Mas nessa merda de transito nada parece realmente se mover.(pausa)
ele estava em busca de algum lugar pra ficar alguma coisa na qual se agarrar alguém pra conversar foder casar qualquer coisa uma casa um corpo um quarto de hotel um homem um irmão qualquer pessoa alguém. (pausa)
nem rádio tem pra tocar nessa merda!(pausa) roubaram meu rádio. Meu mp3 tá sem bateria. Que merda eu ter logo comprado uma bostinha dessas que ainda usa pilhas pilhas pilhas. Me roubaram vendendo essa merda. Me roubaram o rádio. Me roubam todo dia. Todo dia sendo roubado. Vontade de enfiar a cara e o carro no primeiro poste. (pausa) mas nada anda por aqui. (pausa)
os dedos dele estavam congelando, o dos pés, molhados até os ossos os das mãos enrijecidos como garras retorcidas no volante. o dinheiro ele sabia que só tinha garantido até daqui o próximo (pausa) a próxima (pausa) esquina (pausa) do próximo (pausa) ano (pausa) do próximo mês até o próximo dia hora minuto e segundo. o dinheiro corre.(pausa) o dinheiro escorre e corre solto, o dinheiro dinheiro (pausa) era preciso muito dinheiro e paciência para sobreviver nesse caos mediado pelo consumo.(pausa) sobreviver aqui sobreviver, não viver, sobreviver. Só, sobreviver, sobreviver só. (pausa)
se ao menos que ele fosse pra bem longe.onde o olhar do outro não o tocasse não. Onde o desejo não desejasse. (pausa)
ai que vontade do esse outro do olhar do toque desse outro figura impossível sem dinheiro meu coração acelera motor cheio de faíscas e barulho. Não to com tesão eu to com, com essa velocidade que me come por dentro, E ESSA PORRA DE TRANSITO NÃO ANDA!
(pausa)esse lugar onde todo fim de mês não chegassem aquelas continhas todas nojentas onde ele parasse de perder tempo discando inúmeras vezes para serviços de tele qualquer coisa que o devoravam pelos ossos entrando em filas de bancos nos quartos de motel entristecido pelas pelas ruas imundas dando adeus caminhando entrando e saindo do carro encharcado em alta velocidade sempre. (pausa)
a chuva cai pesada lá fora o (pausa) qual é o nome daquela pazinha de borracha que espalha vaievem vaievem limpando quase inutilmente tentando afastar a aguaceiro que cai no vidro? (pausa) o parabrisa para chuva para-something o para brisa é o vidro mesmo e a pazinha? ahh a pazinha maldita não dá nãooo dá conta de tanta água que cai e tanta buzina na cabeça e tanta não saber onde chegar. e ele sua ele sua vertiginoso. sua frio em meio a ESSES FLUXOS DE TRANSITO BARULHENTO NAS NOITES CHUVOSAS E FRIAS!!! E FRIAS DE RUSH luzescruzantesbrancasamarelasvermelhas
buzinaços
a mandíbula se contrai
o celulartoca (pausa)
eu não vou atender essa merda. sabe por que? (pausa) sabe por que? (pausa) eu tava cagando e segurando o celular a merdinha tocou e eu levei um cagasso e ele foi cair direto na patente. patente é privada, é vaso, ele caiu pelo meio das minhas bolotas direto na água que ja tava toda cagada. (pausa) ai que bosta, pegar ou não pegar a merdinha, não o merdão, o merdão tava ali vistoso olhando pro papai. pegar a merdinha de falar. (pausa) enfiou a mão na água suja da patente e recuperou o celular. (pausa) hoje é assim. ele toca do nada. no meio da noite e no trânsito. eu não atendo mais por que eu ja tentei atender e sabe quem falou comigo? sabe quem? (pausa)
o espírito do pantentão (pausa)
é verão (pausa)
a agua resfria o tanto de calor que faz aqui, ela escorre pelas minhas mãos miúdas e cai à toa na terra descalço sem camiseta embaixo da sombra de uma árvore que árvore dá aquelas frutinhas secas e amarelas? cinamomo, dizem que a frutinha é de veneno. a mãe e a avó estão dormindo. o avô capina o pátio como um jardim zen meio irritado mas aceitando silencioso o divertimento lodoso do neto. o avô arrastando a vassoura de ferro , de boné de borracharia e camisa xadres aberta, fazendo sulcos na terra seca cheia de folhas caídas e pedrinhas do pátio. Pinhas dos pinheiros bolotinhas dos cinamomos organizando tudo tudo no lugar. e eu enfiando minhas mãos na lama. cavando um buraco tosco e gostando de ver e tocar o barrinho liso friorento que se soltava em meio aos pedregulhos.
a lama fina por entre esses meus dedos de menino no marco da porta de entrada uma imagem de madeira e ferro de são jorge. por isso nunca entrou ninguém aqui. dizia o velhoavô sobre a velhacasa de madeiramarela com contornosjanelaseportasmarrons. a casa de pau. (pausa)
diferente do apartamento onde ele ficava resguardado de qualquer mundo durante a semana alimentado pela tv e uns terrores noturnos. sendo levado e trazido para as barrigas de intituições. a casa a escola casescola sempre e sempre até que as vezes dava vontade de chorar (pausa)
eu chorava muito triste muito triste essa manhã eu não quero ir pra escola. (pausa)
mas a casa de pau era cercada por árvores e barro. e um lagarto gordo que vivia debaixo dela, saindo as vezes com o menino para tomar sol entre aquelas infidáveis ferramentas e sucatas que os avós juntavam a anos casa cercada de outras casinhas todas de pau um beco sem saída para os carros mas livre para atravessar pro lado do tambo quando quisesse. bastava se agaxar ou pular os arames farpados. (pausa)
eu nunca ia lá. tem vacas soltas. tem cahorro. eu tenho medo. o tambo tem cabeças de cavalo de pedra grudadas na arcadas de tijolo. eu tenho medo de cachorrodevacaedecavalo. (pausa)
uma vez toquei num cavalo e me impressionei de como era quente.(pausa)
- vô eu tava pensando já que tu não usa mais a casa, se tu pudesse me alugar me dar me emprestar qualquercoisaeu te pago um aluguel simbólicoeu pago a águaaluzeainternet eu pago o que for preciso eu pago eu pagoeu ainda tenho alguma grana guardada no banco eu pago. (pausa)deixar eu moraraqui por um tempo.(pausa)
e sentiu a presença escorregadia de um fantasma na casa. uma sombra vaga as sombras não tem sexo uma sombra vibrando transparente e friorenta pelos cômodos da casa aquela presença que era sempre sentida era sentida em qualquer casa onde ele estivesse toda casa assombrada. (pausa)
causava medo na hora do lobo que todo mundo está dormindo menos eu na hora daquele passarinho que pia engraçado um galo que canta gago um galo morrendo o fantasma do galo. (pausa)
lembrou-se da entrada protegida por são jorge e a sinaleira fechou. porra. (pausa)
pra onde ir a esta hora? (pausa) quem sabe algum sexo fácil algumas doses de qualquer coisa que o deixasse louco ele estava muito longe tempoespaço daquela casa amareladepau e daquele garoto. (pausa)
ele pensou.(pausa)
sou eu que aterrorizava aquele menino(pausa)
sou eu o fantasmanavegante daquele menino a sua assombração venho desses FLUXOS DE TRANSITO BARULHENTO NAS NOITES CHUVOSAS DE RUSH. (voz decrescendo) luzescruzantesbrancasamarelasvermelhas
buzinaços
a mandíbula se contrai
o celulartoca
(quase em silêncio)
eu não vou atender não vou eu preciso encontrar algum lugar pra onde ir.
Eu não vou atender Pode ser alguém pode ser alguém eu
Eu não vou atender eu

(luz diminui, voz cessa)

ainda no trânsito:

(o palco ainda escuro. pino de luz mais uma vez revela um homem de cabeça baixa. subitamente levanta o olhar e encara a platéia frente a frente. fala rapidamente, entrecortando silêncio e escuridão)

o celular toca e eu atendo. (pausa)
vou enfrentar essa porra de frente (pausa)
o espírito da merda, o espírito do patentão. (pausa)
como se eu pudesse optar em enfrentar ou não essa avalanche cheia de detritos que se tornou a minha vida. como se eu tivesse opção. como se eu tivesse um cardápio engordurado de mac donalds nas mãos e pudesse dizer, número um, número um! e tudo ficasse gostoso e com molho especial. (pausa)
não(pausa)
eu sabia que quem ia me atender era o peidolho grunindo visceral, vindo sei lá de onde, o ronco dos antepassados do meu intestino. (pausa)
essa breve ilusão de escolha me fez pelo menos ter alguns segundos de delírio onde minha moral subitamente estava um milímetro menos encardidada do que está. e seremos honestos tão somente : ela está bem, mas bem, bem encardida. (pausa)
o celular toca e eu atendo mecanicamente: número um! número um!(pausa)
o celular toca e eu atendo esperando mas não era o peido nem a merda. atendo e já não estou mais ali. naquele trânsito congelante naquela noite fria de rush. atendo e uma suave voz eletrônica já vai me dizendo "você deve!" isso eu já sei. sengundo a bíliblia neguinho já nasce fodido, devendo o cu e as pregas para essa boneca deus. a boneca com o cofre mais cheio de nada desse mundo. a boneca banco de almas a barriguda maior. (pausa)
a voz eletrônica só me fala "que a conta x foi descontada no mês y que a o mês y eu tive um desconto da dívida do mês w que n mês w se somou os juros por eu não ter pago o mês z a conta z foi descontada dos dias em que estive acordado dormindo por ae, fazendo coisas sem pensar como um zumbi como num trânsito onde os carros simplesmente decidiram parar para sempre, e os homens correm uns atrás dos outros com fome com ódio com o amor em farrapos doentes de tanto cotidiano , que no ano tal eu gastei mais que devia e fiz mais do que devia e que enchi o saco de muita gente e que fui grosso e desleal, que menti e traí e fui tão péssimo no amor usando meu parceiro como embalagem de porra e que tenho 12 pecados capitais e seus reversos e sujeiras tão entranhadas na alma que nem negociando toda essa dívida com a eternidade, nem que eu sacasse todo meu dinheiro do banco, nem que eu ajoelhasse no milho, não, eu jamais teria meu nome fora do Cerasa existencial. (pausa)
e ali estava eu com o cu na mão e no volante e o celular na outra e o cigarro e a vodca e o sei lá mais o que unhas roídas e ...
as gotas de chuva foram parando lentaaaamennnteee no ar...
a pasinha que limpa o para-brisa o para-chuva o para-something parando lentamente no ar. a chuva estática como num arranjo lindo de shopping center, cheio de luzinhas e emoção os sons das buzinas engrossando lentos arrotos de sapos de outras dimensões.
finalmente as luzes apagaram, os sons silenciaram.
nenhuma cor imagem ou som.
nenhuma sensação corporal. nem meus dedos doídos pelo frio e pelas mordidas incessantes nas unhas.
nada que eu pudesse perceber por qualquer sentido nem meu carro nem a rua nem meu corpo.
nem mais a voz da telemoça
nem o espírito do patentão do zé ninguém de deus da boneca cósmica ninguém
naquela hora congelada ninguém nem nada, nem o frio agora distante e memorioso, ninguém. (pausa)
subito meus olhos são lançados a uma altura inimaginável e me vejo sobre uma superfície reta lisa negra de limites que se perdem num horizonte que mal se define ao longe uma linha imaginada no limite da visão.
a imagem se forma aos poucos (pausa)
vou botar alguma ordem nesse galinheiro! não é por que eu atendi a porra do telefone e tudo ficou preto que eu devo perder o controle. o controle o. o controle sobre mim mesmo o. sobre mim sobre o que eu falo sobre eu. sobre eu mesmo sob controle. (pausa)
vamos tentar ser racionais, calmos e racionais (pausa)
vamos falar de medidas... de tamanhos.... de materiais.
vou ser um bom professor. eu juro! já erguendo a régua na mão.
(pausa)
imaginem um círculo! assim! uma circuferência! assim, gostoso! uma laranja! assim, assim! cortada ao meio! assim! agora insiram dentro dessa circuferência, dentro da laranjinha da imaginação um quadrado! assim, bonito! todos os ângulos, as esquininhas do quadrado, que são 4, tocam a circuferência! assim! agora imaginem que essa laranja não é uma laranja, mas é o planeta terra! ahh tu não consegue é seu capenga! imagina uma lanranja do tamanho exato pra ser morida pela bonacona deus, o planeta! esse enorme plano sobre o qual eu flutuo tem o tamanho de um quadrado inserido na circuferência da terra inteira, desse planeta. simples né? sacou?
(pausa)
eu estava sobre ele onde o cima e o baixo se tocam no horizonte que imagino longe, dentro do planeta. nada de fogo lava vulcões e gente cagada chorando peidando e rangendo os dentes. Não. Dante era apenas um velho fetichista qque batia muita punheta inventando safadesas onanistas num inferno que mais parece a disney administrada pelo zé do caixão. (pausa)
dentro da terra, pessoal, não tem nada. (pausa)
é uma superfície negra, enooooooorme e vazia. (pausa)
eu eu estava lá. (pausa)
uma vertigem faz meu estômago querer pular pela boca, viva! viva! eu estou SENTINDO alguma coisa, eu estou caiiiiindoooooooo! VIVA! pra baixo pra cima eu caio lindo e em alta velocidade,até que percebo que essa superfície não é lisa não, é cheio de ranhuras é um microchip gigante, um macrochip todo negro e sulcado matematicamente, o grande quadradão do centro da terra, dividido em 4 quadrados menores e cada um se dividindo em quatro quadrados ainda menores e cada um dos menorzinhos em quadradinhos pecorruchos ainda menores e os pecorruchinhos em mínimos nenês de quadrados menores e e menores e mais e mais e mais e mais até chegar ao tamanho daqueles embriões que nem nasceram e ja viream morar aqui. ali. lá. aqui! (pausa)
As linhas, vou percebendo enquanto caio, formam avenidas principais que cruzam bem no meio. uma cruz, no meio uma encruzilhada, uma cruz. (pausa)
ou um xis, dependendo do ponto de vista. (pausa) sugestivo, muito sugestivo, mas eu nem sou católico. (pausa)
eu desço até tocar meus pés no centro do quadradão. na encruzilhada central. não pensem que ali existem muros e que eu estava num labirindo nem nada. não. quando toquei meus pés no chão percebi que as ranhuras que via de cima era apenas divisões entre blocos de granito negro ou mármore negro, muito baixos, como caixões organizados ao infinito, baixinhos e retangulares de... aquilo me parecia um mármore negro ou granito ou mármore mesmo mas sem aqueles rajadinhos no meio, pura pedra preta e lapidada, igual ao chão, tudo do mesmo material, um megalochip negro e gigantesco.
(pausa)
ai que bosta! só me faltava essa! to fodido! to doente da cabeça! comi merda me internaram me doparam e não me avisaram. melhor, joguei pedra na cruz, matei meu pai e comi minha mãe como todo bom otário criado num divã. analisado e catalogado. mórbido. perverso e infatil. não não. simplesmente atendi o telefone no trânsito louco e vim dar nesse lugar. (pausa)
uma paisagem existencial cemiterial de escala cósmica. um labirindo de vias retas. onde ninguém escapa por que não há ninguém. é um monumento, sei lá. mas eu posso sair. se eu me lembro bem, seguindo qaulquer uma dessas 4 avenidas que se perdem no infinito um dia eu chegarei nas bordas...um dia saio.
e fui andando por entre as... lápides? pareciam lápides, não lápides, pedras de túmulos, não sei, sem isncrições sem nada, todas iguais, baixas negras espaçadas matematicamnete até perder de vista.
(pausa)
caminhar rápido e não olhar pros lados é o que eu tinha aprendido em uma vida inteira morando na selva da cidade, se corrrer o bicho pega e se ficar o bixo come. como meu pinto naquela de chuva torrencial tinha congelado e regredido a uma proto-vagina e a premissa de uma boa foda só me remetia a lugares escuros onde pessoas imundas grudam-se como sanguessugas vigolentas eu resolvi nem correr nem correr nem andar mas seguir em frente sem olhar e sem pensar só seguir em frente. (pausa)
to cansado. vou deitar numa dessa caminhas. elas tem um tamanho perfeito pra deitar. deitar fechar os olhos e descançar. são caminhas de pedra distribuídas ao infinito, aqui deve ser o dark room da existência, o ponto final de qualquer viajante.
(pausa)
foi quando percebi que em cada retangulinho nascia uma caveira e logo toda paisagem estava tomada de ossos, deu pra perceber o drama. o cenário desolado agora parecia mais o clipe do triller, caveiras de todas os tamnahos cores e formatos vinham em minha direção emargindo das tumbas, vindo em minha direção. sai correndo e elas vieram pra cima com tudo, saltos longos, dentres pontiagudos olhos cavados fundo, as falanges expostas, punhalaço no peito. escuridão.
(pausa)
um cheiro de cachorro molhado, abro os olhos frente a um colosso orgânico que respira e se contrai , pela de feltro cinza desses de embalar mendigos peludo e pulsante. essa meus senhores é a vênus do undergroud. ela ta parindo um filho. a vênus nem tem rosto mas tem barrigas e tetas e pêlos. ela come lentinhas e aumenta de tamanho. a vênuasalimenta seu feto morto ela cresce seu bebê ela vai parir pra mim. a buça negra vai se abrindo e deixa antever o cabeção.
"alô alô, você deve! DEVE!"
(pausa)
o celular toca
a mandíbula se contrai.
a chuva cai infernalmente nessas noites nojentas e chuvosas da hora do rush.
piso no acelerador mas o trânsito está parado.
o celular toca
eu não voue atender essa porra não.
eu não vou atender pode ser algúem indo pra algum lugar eu não vou não.
o celular toca as luzinhas brancasamarelasvermelhasasbuzinas
não vou atender não
não vou atender eu

(luz baixa, escuridão)

terça-feira, setembro 02, 2008

Círculos


achei umas rodelinhas interessantes na na rua, scaneei, recortei, colei...

Reunião Cinetífica ABRACE- GT Terrítórios e Fronteiras

Durante o "open space" que foi realizado pelo GT "Territórios e Fronteiras" da ABRACE Associação Brasileira de Pesuisa e Pós Graduação em Artes Cênicas. o Coletivo Arquipélago realizou algumas ações.
Nas fotos a minha ação, uma mãozinha pra derreter o gelo.
Nas fotos Lúcio Agra e Mario Santana me emprestando um pouco de calor.

Os Sonhos de Yorick

Me peguei pensando
ao te olhar nos olhos irmão Yorick
no que sonha a caveira
e ele riu da minha cara debochado
sonho hediondo.

desenhos
papel, canetão, nankin, anilina, durex, fita crepe

sexta-feira, agosto 29, 2008

casulo N. 5: escombros POP

casulo realizado em porto alegre durante o processo de preparação do atual espetáculo da Cia. Espaço em BRANCO "teresa e o aquário" utilizando materias que "sobraram" de "andy/edie" lâmpadas fluorescentes, espelhos, plástico.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Do Caderno Descarnado

descarno meu caderno pra chegar no corpo
no meu
nessas perguntas tão caras
caderno-tela onde adensam-se os fluxos
duplicam-se imagens à deriva
e me encontro em meditação ativa
enchendo de material a idéia
pegando no ar qualquer faísca
despetalando
despetalando-me:
scaneado
plastificado
vitrificado
pele de prata
reflexiva

(as vz me dá medo de estar tão vivo)

scans do caderno do artista
canetão e grafite sobre papel pautado
photoshop

quinta-feira, agosto 14, 2008

(in)tolerância

(in)tolerância:

O leite percorre as culturas associado a fertilidade, o conhecimento e a imortalidade. É o primeiro alimento e primeira bebida, contém em si potencialmente todos as formas de nutrição do ser humano, pois ele é também semente, sêmem. O leite aparece também como canal de transmissão de conhecimento e elevação espirituais. Basta lembrarmos que Heracles mama diretamente do seio da divindade, de Hera, para ser imortal. Assim torna-se filho e continuidade do ser divino. Assim como São Bernardo é amamentado pela virgem, tornando-se irmão adotivo de Cristo. O leite é ofertado nas libações, é canal iniciático, através dele o homem conecta-se com outros planos, Maomé teria declarado que "sonhar com leite é sonhar com a ciência ou o conhecimento".

Marcus Vinícius arquiteta seu ritual eletrônico de iniciação. O arcaísmo do elemento leite, do seu corpo nu, da idéia de ritual cria um agenciamento interessantíssimo com a frieza do meio digital, o olho frio da câmera. Esse olho eletrônico o enquadra de forma ambígua. Não vemos seus olhos, sua identidade está redimensiona: nesse vídeo, ele é corpo que se insinua nu, temos o pedaço pelo todo. Mas é o pedaço que parece nos interessar. A imagem desestrutura nossa noção de homem e sua complexidade e ali, na quadradinho seletivo da câmera Marcus torna-se é um tórax. Um sistema digestivo sugerido, que se impõe um sacrifício, beber um simples copo de leite. No caso dele, a simplicidade do ato de beber torna-se complexa pois Marcus sofre de uma alergia que faz o leite ser extremamente repugnante ao paladar. Logo temos um duplo sacrifício, o do ato em si de beber algo que maltrata e o de oferecer a sua imagem ao outro. O Vídeo – performance torna-se rito iniciático em tempos de internet. Para sua modificação interior, para a sua epifania artística, Marcus constrói essa máquina ritual com sua própria carne. Um corpo que se auto flagela para o horror e o de(leite) dos espectadores.

A performance art sempre está associada ao ato de transformar-se objetivamente. (In) tolerância é uma ação presencial em várias camadas, profundamente performática: da decisão de mostrar-se, a ação de beber o leite em si as escolhas de enquadramento, edição e até sua veiculação pelo youtube atestam a contemporaneidade do artista que não admite mais o espaço - tempo compartilhados entre artista-público como fundamentais para a arte performática. A ambigüidade torna-se assim também elemento chave do trabalho. Esse vídeo torna-se também irmão de vários outro vídeos da internet, vídeos eróticos caseiros, vídeos fetichistas, os míticos snuff-movies onde pessoas encenam ou realmente são submetidas a torturas e morte, e ainda os vídeos terroristas que mostram pessoas em situação de cativeiro, vídeos que vemos e produzimos todos os dias. Sua ação é audiovisual, sua presença é também recodificada por esse ritual digital. Marcus tona-se informação e navega livre, como um spam estético que após o upload seminal se lança ao infinito, corre mundo e adensa-se ainda fresco e indigesto na frente de quem optar por vê-lo.

João de Ricardo

Artista – Pesquisador

Campinas, agosto de 2008

segunda-feira, julho 28, 2008

WORKSHOP!

A Cia Espaço em BRANCO está desenvolvendo o projeto teatral Teresa e o Aquário, vencedor do Palcohabitasul 2008.
-- Projeto Desmontagem Cênica --
O Workshop "Processos Criativos na Cia. Espaço em BRANCO" será um espaço aberto para troca de experiências entre a Cia. e os espectadores, colegas, amigos e interessados. Ele ocorrerá durante dois turnos, tendo como propositor o encenador João de Ricardo. O primeiro será uma atualização sobre os caminhos e processos que a Cia. vem desenvolvendo nos últimos anos e no segundo momento teremos o prazer de contruir coletivamente o primeiro recorte vivo do espetáculo que estamos montando: Teresa e o Aquário.
As inscrições podem são feitas pelo email

teresaeoaquario@gmail.com

pedimos uma pequena carta de intenção, nome , idade e profissão. As vagas, por motivos de espaço, estarão limitadas a 15 inscritos.

a programação do ano além de material referencial do processo está em
www.teresaeoaquario.blogspot.com
o workshop ocorrerá sexta-feira, dia 01 de agosto, das 09h às 12h e das 14h às 18h, gratuitamente.
Por favor, divulgue para seus amigos ou pessoas que possam ter interesse em participar. Obrigado!

sábado, julho 26, 2008

Estaremos lá entre amigos!

O Grupo Performático AcompanhiA convida a todos os interessados para a realização do:

IV Festival de Apartamento
"Sechiisland (em Campinas)"
(mais detalhes sobre o primeiro, segundo e terceiro)

Um evento de Performance Art,
com as apresentações confirmadas das performances:

Sorvênus
do Grupo AcompanhiA,
com José Roberto Sechi, Rodrigo Emanoel Fernandes,
Ludmila Castanheira e Thiago Buoro;

Infanto

Estranho, eu não sou Hamlet
de Flávio Rabelo;

mel-o-drama
de Thaíse Nardim;

Memória Velada
de Gilio Mialichi;

Casulo n.º 1
de João de Ricardo;

Desde la peninsula a la isla

de José Roberto Sechi & Viviandran (Chile);

In progress
de Isabella Santana;

(Observação: Não necessariamente nessa ordem)

Sábado, dia 9 de Agosto de 2008, às 20 horas,

Rua Olyntho de Barros, 94, fundos,
Barão Geraldo, Campinas/SP.

segunda-feira, julho 21, 2008

AGENDA


agenda::

01 de agosto, às 12:30
chat com João de Ricardo
em www.palcohabitasul.com.br

01 de agosto, das 9-12h as 14-17h
workshop* com João de Ricardo
no DAD - UFRGS - Rua General Vitorino, 255
Telefone(s): (51) 3308-4371 / (51) 3308-4374

07 de outubro, às 15h
chat com Diones Camargo
em www.palcohabitasul.com.br

08 e 09 de outubro, às 14-17h
workshop* com Diones Camargo
no Teatro de Arena, Avenida Borges de Medeiros ,835
telefone: 3226.0242

em novembro e dezembro
ocorrerão 4 ensaios abertos a serem confirmados e marcados por esse site e divulgados na imprensa

20 de dezembro, às 21h
estréia >>> Theatro São Pedro, Praça Mal. Deodoro, s/nº. Porto Alegre/RS - CEP: 90010-300 - fone: (51) 3227 5300

*os workshops são gratuitos e vc se inscreve mandando um email de intenção com seu nome completo, idade e profissão para:
teresaeoaquario@gmail.com

quinta-feira, junho 26, 2008

Outros casulos

Aqui nesse livrolíquido online vou tecendo as teias conceituais que formam o presente trabalho de investigação e criação em arte presencial. estou me conectando com o trabalho da Lygia Clark. E é sabido da sua profunda relação com outro peso pesado da arte, Hélio Hoiticica. Hélio tambem partiu de uma investigação concretista e foi se direcionando aos paradoxos inerentes a contemporaneidade: fundindo corpo-objeto, criado zonas de vizinhança entre territórios distintos, arte cotidiano homem objeto culturas hibridizadas. Os parangolés são diamantes de lona cor e plástico. São ventos de criação. Invenção que tende ao infinito. Uma das muitas ilhas indispensáveis ao pensarmos no arquipélago da arte contemporânea.
De uma olhadinha no video. Não existem coincidências, as questões conceituais formais espelham-se e recriam-se o tempo todo, labirintos de espelho. Casulos.




desfrute lygia!

sexta-feira, junho 20, 2008

Casulo N.3 - Vídeo

Para os amigos que sempre perguntavam: cadê o vídeo?!
ai está!

Câmera : João Maria
Performance e edição : João de Ricardo

Casulo N. 3

segunda-feira, junho 16, 2008

TERESA E O AQUÁRIO: A NOVA PEÇA DA CIA ESPAÇO EM BRANCO



O projeto vencedor do VIII Prêmio palcohabitasul de Montagem Cênica foi "Teresa e o Aquário".

Jurados: Alejandro Ahmed (Cena 11 - Florianópolis), Félix Bressan, Paulo Balardim e Zoravia Betiol.

Parecer de Alejandro:

Meu voto vai para Teresa e o Aquario da Cia. Espaço em Branco.

O projeto apresenta maior completude em relação aos itens solicitados no regulamento do Prêmio.

O maior detalhamento do planejamento criativo e prático aponta para maior potencial de realização eficiente da montagem.

A proposta de trabalhar com Teatro, Dança e Dramaturgia para estruturar o sistema de concepção da obra sugere investigação interdisciplinar e pode gerar novas estratégias de tratar a cena.

A proposta de Desmontagem cênica procura abranger desde o processo até o acesso facilitado ao público.

O acompanhamento dos ensaios pelo Dramaturgo propõem uma organização espontânea e de real troca entre as áreas.

Parecer de Paulo:

"Teresa e o aquário" aponta para uma linha investigativa teatral, a qual utilizará variados elementos artísticos em prol da externalização das subjetividades textuais e das capacidades dos atores.
O projeto contém substancial coerência, tanto em sua concepção quanto em sua metodologia e a equipe técnica e elenco envolvidos já apresentam uma trajetória significativa no tipo de proposta cênica apresentada, apesar de ser uma companhia jovem. Com isso, espera-se que a qualidade final do trabalho corresponda fidedignamente ao capricho com o qual foi meticulosamente elaborado o projeto.

Votação internet:
272 - Teresa e o Aquário
17 - Funerária Brasil S/A

FONTE:

http://www.palcohabitasul.com.br/7montagemrs/default.asp?coduf=1&pg=vencedor

Da 25 de junho estou indo para Porto com a Alegre responsabilidade de criar com meus companheiros artistas da Cia Espaço em BRANCO um novo espetáculo. Mais do que um espetáculo, Teresa é desde já território de investigação, de trasbordamento de memórias e afetos, pessoais e do próprio coletivo de artistas.
O espetáculo também já é máquina desejante de atualizar as relações artíticas da Cia, cruzando as experiências "solo" que tivemos de Andy/Edie até agora.
Desde já ta convido os amigos da Cia. a se juntarem a nós e colaborarem no projeto. O processo pretende-se bastante poroso e a sala de ensaio terá acesso a quem desejar estar conosco.

Abraços

JdR
(preparando as malas e a coragem)