segunda-feira, outubro 10, 2005

Escafandro estético num mar de merda líquida



É impressionante como o fenômeno chamado de "público" é instável. Este foi o segundo fim de semana em cartaz com o esptaculo EXTINÇÃO na Sala Álvaro Moreyra. Pois bem, se 6 apresentações tivemos que cancelar uma, e enste último domngo, deveríamos cancelar outra vez já que tivemos a presença de 6 pessoas, 6 seres humanos que sairam das suas casas e foram assistir Extinção. Nós deveríamos ter cancelado já que a nossa equipe soma8 pessoas e o número de platéia não chegou nem a isso. Mas fizemos. E vou dizer o por que.]
A- Por que a gente faz EXTINÇÃO mesmo se enchendo de dívidas e tendo ódio da burrice da platéia?
Bom, para começar, apresentar um espetáculo não sinifica chega no teatro às 20h, botar as roupinhas, pintar a cara e se jogar. Não. As salas da prefeitura funcionam por "revezamento", ou seja, no mesmo dia se apresentam duas peças por lá, uma nfantil e uma adulta. Isso na verdade é ótimo pois dá mais espaço para os trabalhadores do teatro exrcerem suas funções, ao mesmo tempo, é um saco tu ter que montar e desmontar o teu cenário todos os dias. E mais saco ainda é ter que montar e desmontar um cenário numa sala que NÃO OFERECE CONDIÇÕES PARA QUE ISSO SEJA FEITO DE MANEIRA FÁCIL E RÁPIDA. Sim, a Sala Álvaro Moreyra ta abandonada. A única vara de cenário, lá atrás, é fixa na parede (ela não desce até o chão para que a gente possa preder o cenáro e depois subí-lo) e tem um tamanho ínfimo. Eu não entendo como fizeram uma barrinha de cenário que não comporta toda a largura da sala. Além do mais, ela foi "esticada": como ela é um cano de ferro, colocaram nas suas duas etremidades, varas de madeira, para ter mais comprimento, mas estas varas de madeira, por motivos obvios, vergam, deixando torto qualquer cenário que ali é posto. COMPREM POR FAVOR UM CANO DE FERRO QUE VÁ DE UM CANTO A OUTRO DA SALA POR FAVOR,, SE A PREFEITURA NÃO TEM DINHEIRO FAÇAM UMA VAQUINHA, DEVE SAI COM A COMPRA DO MATERIAL E ISNTALAÇÃO UNS 150-200 REAIS.
Iluminação: Fizemos uma temporada anterior na Álvaro. A sala em maio tinha disponível para a ilminação uns 30 pontos de luz. Agora estamos com uns 24 pontos. ou menos. E temos que dividir estes parcos refletores com o infantil. O fato é que tanto o iluminador do infantil como o nosso iluminador precisa remontar a cada apresentação TODA A LUZ. Eles tem que reorganizar os refletores, reafiná-los, e reprogramar a mesa. No nosso caso no tempo de uma hora. Já que demoramos umas duas horas para montar o cenário depois da desmonatagem do cenário da peça infantil. Um absurdo. Aliás, de onde sai a grana que estamos investindo em alguguel de mais uns pontos extras de luz? Do nosso bolso como sempre.
Infra: É fato que o espetáculos contemporâneos uam e abusam do recurso do vídeo. Hoje em dia, ter um vídeo disponível no teatro é como ter um Cd player. Vídeo, dvd e projetor. Bom, não preciso falar que, se nem os pontos de luz são repostos quando as lâmpadas queimam, como sequr querer que o complexo Renascença- Álvaro Moreyra tenha pelo menos UM PROJETOR DE VÍDEO?????? Heim heim heim? A nossa peça se utiliza de vídeo. E temos que alugá-lo por cento e cinquenta reais o fim de semana. E temso que apresentar a peça no domingo, num hoáio que afugenta as epssoas, as 21 horas, pois simplesmente não tem como montar a peça em menos tempo. E o público reclma do horário tarde já que o centro Municipal de Cultura é uma ilha isolada numa região cheia de maloqueiros, onde os assaltos gritam a todo momento. Argh.
Outro detalhe importante a salientar neste preocesso que é fazer uma unidade de apesentação do espetáculo EXTINÇÃO é que temos que pagar o bilheteiro-operador de vídeo e o iluminador. Dois profissionais essênciais para que ocorra a peça. E temos que pagar o teatro. Tendo ou não tendo público temos que pagar o teatro. Dizem que isso é para forçar os grupos a batalharem por público. HEy, mas temos que batalhar por gran para vídeo, gana para paar nossos técnicos, força do nosso trabalho numa sala que temos que IMPROVISAR TUDO, onde colocar um cenário é uma saga bastante sudorenta e tem que ser repetida TODOS OS DIAS. Acho que esta equeção deve ser repensada. Como pensar em ARTE ou TÉCNICA de representação no meio deste tumulto todo? Como achar espaço para burilar os atores antes da apresentação, durante o aquecimento, se eles estão pendurados em escadas, como usar o espaço para se concentrar se temos que refazer tod a luz. E mais, como manter a energia se depois de tudo isso, prontos e pintados, aquecidos, conectados com o frágil mundo das emoções, aparecem apenas SEIS ESPECTADORES?
Temos também responsablidade sobre isso. Deveríamos ter posto já a duas semanas a chmada na RBS. MAs agora eles cobrtam 150 pila para ter a autorização de uma produtora de vídeo. E não tmeos dinheiro. Mas vamos fazer uma vaquinha e vamos pagar. será quevai ter público? Não sei. TAmbém temos que enteder que deve ser uam aventura sair de casa num domingo às 20 horas da otie para ir ver um espetáculo chamado EXTINÇÃO (eve ser coisa depressiva não é? é MUITO DEPRESSIVO SIM!). Mas foda-se. É opção. Se eu quisesse apenas divertir as pessoas eunão teria investido 7 anos da minha vida em um aprofundamento acadêmico da minha profissão (sim fiz 7 anos de ufrgs, o que corresponde aos meus dois bacharelados, interpretação e direção). Como encontrar sanidade no meio disso para contruir teatro verdadeiro, teatro que responda as minhas necessidades e as da minha equipe, e que esteja conectado com o mundo real, e com o sistema de arte? Como?
Não existe glamour nenhum. Mas exite a crença de que isso, o teatro, é resposta sim, para um monte de coisas, antes de tudo para a gente, que faz.
Resolvemos apresentar paraas seis pessoas. E digo que foi lindo. Os atores brilharam. Foi um presente ver como cada um deles usou sua alma, encheu aquele vazio todo do brilho da sua arte. FOi lindo ver a dignidade ancestral que é, mesmo nestas condições oferecer o MELHOR que temos para o público que nem sempre é generozo. Foi lindo e emocionante. Nos conecta a nós mesmos. O prazer da apresentação luminosa foi um alívio para a aquipe magoada. No final, depois de uma corneta de ervas antigas, desmontamos o cenário rindo e girando, em coencção o os espírios ditirâmbicos. Depois fomos jantar. Só gente com muito coração para comemorar um fracasso, ou azer de um fracasso um ucesso, sucesso de hmanidade, de espírito de grupo e de espírito de artista.
Mas não estamos conformados e não vamos calar a boca. Queremos melhores condições de trabalho. Queremos que as pessoas tmbm nos vejam. Por mais sórdido que seja o público, é pra eles que a gente faz. O Thomas Bernhard falava que odiava os seres humanos, mas que não cosneguia viver sem eles. É o nosso caso. Ou o meu caso, em particular.

4 comentários:

Anônimo disse...

passei sete anos da minha vida ateh alçancar a nota lá6
!

Anônimo disse...

Bah João, concordo inteiramente contigo... é quase impossível trabalhar nestas condições com concentração e manter o ritmo e a qualidade durante uma temporada, é desgastante, mas realmente, o que podemos fazer concretamente? Como cobrar uma atitude, como exigir, de forma organizada, que tenhamos melhores condições de trabalho? Pensei em organizar uma junta, uma equipe que possa dialogar junto a prefeitura, o pessoal andou se organizando em relação a isso com alguns protestos, temos que continuar com isso, acredito que tenhamos que nos unir e cobrar, fazer barulho mesmo, mostrar que estamos vivos... Isso inclusive em relação ao público, esta grande incógnita! Se mostrarmos que temos força de reação podemos começar a conquistar o respeito que tanto tem faltado por parte dos órgãos públicos e seu natural descaso com a arte e comum interesse pela alienação. Como vamos começar a elaborar esta mudança?
Abraço,
Felipe Vieira

Anônimo disse...

joão eu curto o teu trabalho, assisti Extinção, vc eh fera. pena que seja tão antipático, uma pessoa pública poderia ser mais agradável, naum custa nada convidar as pessoas para a comunidade de extinção no orkut, nao custa cumprimentar as pessoas que encontra, naum questiono o teu talento mas com essa arrogância o público vai se cansar de ti e da tua vaidade

João de Ricardo disse...

1: a comunidade é aberta a quem for interessado.
2:comprimento quem eu conheço
3:sou agradável quando entre amigos-conhecidos
4: arrôgancia e vaidade são atributos que tu deste para mim, se o público for atrás disso e não de teatro, ae podemos decretar mais uma vez a morte da arte para a apreciação tão somente do artista
5: comentários anônimos são trash. apesar de, pela linguagem, eu quase saber quem é.