Queens of the Stone Age é a banda que tem feito eu gostar das velhas e boas guitarras distorcidas. A primeira vez que entrei em contato com a banda eu tava com um pé o mundo do grotismo, aliás eu o Marcos e o Lisandro estávamos com todos os pés que um ser humano pode ter, afundados completamente no mundo do grote. Tinhamos ido na casa do Daniel, e lá, ele começou a nos mostrar uns vídeos. E um daqueles vídeos arrombou as portinhas da minha percepção. Falo de "go with the flow". É um videoclip feito em animação, apartir de uma técnica conhecida como "rotoscopia" no qual, a partis de imagens capturados em vídeo, o cara através do computador tarsnforma ela em animação.
O enredinho é simples, eles contam um duelo entre dois carros, uma caminhonete com os caras da banda tocando, e um carrão antigo com uma gangue de caras de caveira. É um destes duelos onde os dois carros, em uma grande estrada vão indo um em direção ao outro em alta velocidade até que, para ver quem é o mais macho, um sai da estrada quase na hora de pechar de frente. Agora como eles manipulam as imagens e os códigos que aparecem neste duelo é que faz do clipe uma pequena obra-prima.
Sequência um: A banda, e o primeiro vestígio da morte-sexo.
Um carro entra a toda velocidad em uma auto-estrada, uma pick-up, nela os caras da banda tocam, uma grande lua cheia, eles aceleram, um inseto está cruzando a autoestrada, é esmagado pelas rodas do carro, aparece uma mulher dançando, e o seu dança é fundido com a imagem do braço de uma guitarra levantando, logo mais velocidade e a mulher agora é gigantesca e está deitada sobre a estrada que vai dar literalmente na sua xota (xexeca, sei lá, não to muito acustumado com estes termos técnicos heheh) e o caro dos guris entra direto ali.
Então pessoal, aqui temos umas associações interessantes. A velocidade do carro aponta para o perigo. A velocidade mata o inseto, e esta morte é associada a uma mulher que dança. O braço da guitarra levanta-se como um pau que endurece. Acho que fica clara a relação perigo-morte, com o tesão. O carro acaba indo ditero em direção a morte-mulher. Aquela velha relação frudiana que é a consciência de Thanatos (a morte) que nos impulsiona para o Eros (vida-sexo).
Segunda sequência: nesta é apresentado para o espectador os outros duelistas. São caras com máscaras de caveira em um carrão antigo. Eles também entram furiosamente na pista e a montagem começa a ser de duelo clássico. Mostra um, mostra outro e ele cada vez mais rápidos. No moneto chave do acidente frontal o diretor do clipe monta a batida dos carros com um dos membros da banda indo para aquela mulher que ja apareceu anets de biquini que está toda se arregaçando em cima de um capô de carro. Mais cena do acidente, os carros estão a centrimentos de distância, câmera lenta, fusão com a cena de sexo, as bocas, do cara da banda e da garota do biquine mais próximas, e os carros se batem, lentamente. Detalhe que no capô dos carros estão desenhos, no da banda, um símbolo que parece uma flecha, e no das caveiras, um círculo que parece um triblal com a cara de um dragão ou serpente. A flecha entra no círculo do dragão e da colisão dos carrros explode uma onda de espermatozoidezinhos que vão voando no meio de um caleidoscópio de cores em todas as direções.
Bom, não quero simplificar nem explicar nada, mas no meu ver ae se explicitam as relações que o diretor faz em termos de morte e sexo. A consquista e o sexo como um duelo e o orgasmo como uma pequena morte.
Sequencia final.
Cabe ressltar que até aqui o clipe teve uma direção de arte usando só o trio clásico de cores do nazismo e da coca-cola light: preto branco e vermelho. Depois que os carros batem, a câmera segue a flecha-símbolo da banda que sai voando em meio a uma explosaão de espermatozóides e cores do arco iris. O cenário que remete à realidade, um deserto cheio de catos se deforma e apartis de agora tudo é cor e movimento, psicodelia ser o termo. A mulher que aparece no clipe inteiro dança multiplicada um várias, cada uma de uma cor, sua língua gigante lambendo os lábios enquando a flecha viaja a mil por formas mutantes. Depois disso a flecha volta ao mundo preto vermelho e branco, parao mundo da estrada e vemos novamente o carro da banda que agora deixa um rastro de fogo e acaba indo em direção a um enorme sol que nasce no horizonte e toma a tela inteira com seu fogo e brilho.
Poisé, o contraste de cores é interessante, depois do choque a liberação dos sentidos Não existe mais limites, tudo é cor e movimento, é o reino de Eros total, os espermatozóides voam, as cores voam e se multiplicam, a garota dança loucamente. É como se este perigo, liberaçe a criação. E como se fosse necessário ao artista e ao ser humanos e arriscar para obter uma expansão da vida. Acho que esta talvez seja uma boa chave para a interpretação do clipe: o processo criativo (no caso metaforicamente msotrado através dos caminhos que a banda vai percorrer) como manipulação de forças antagônicas e complementares: morte-vida, noite-dia, duelo-sexo. O clipe termina com o carro indo em direção ao sol, e cabe lembrar que ele começa numa noite. Fechamos com a idéia de um mundo sombrio e noturno, um mundo de enfrentamento e morte, que depois de experimentado, libera a cor, o prazer, o sol, signo bastante comum da razão, do coroamento, do êxito do produto artístico-humano-sensorial que vem à tona.
Um comentário:
é!
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