sexta-feira, outubro 05, 2007

Surpreender-se com um velho amigo

Nós estávamos brincando sem brincar, conectados com a matéria física da imaginação. corpos imaginantes, homens feitos de imaginação. Se pensar é esculpir como falava Beyus, o teatro pode ser uma grande escultura formada no abraço dos corpos imaginantes da platéia e dos performers.
Uma noite muito estrelada: saímos de madrugada para jogar. A noite não estava estrelada, nem era noite. Não interessa, pois fêz-se noite pois fechamos os olhos e logo umas luzinhas ligaram-se no espaço. Pisca-piscando. Um baile. Divertimentos noturnos, contar histórias, dançar imóvel, correr pelado, cantar com os sapos, um pic-nic de comidas de barro.
Nosso cotidiano banal contém o mundo e uma esfera poética insuspeita como a técnica dura também contém um território de mistério onde o que se é não interessa, basta ser. Um espetáculo de teatro pode ser justamente uma caminhada do cotidiano ao sonho, onde um não anula o outro. Razão emocionada, a lógica do delírio. O adulto não anula a criança ou o velho. A imaginação não anula o pragmastimo do cotidiano: é tudo vida. Talvez seja nesse paradoxo que possa nascer uma relação de arte.

2 comentários:

Anônimo disse...

hj senti sua falta

Olhos Soturnos disse...

A vida é um palco de absurdos.
Uma peça sem roteiro,
Onde os atores improvisam
A eternidade
No teatro de Deus