quarta-feira, dezembro 21, 2005

Cidade baixa é um elogio ao amor. (A must see)



O cinema brasileiro está bem, obrigado. Realmente nós coneguimos sair do poço tecnológico e finenceiro que nos separava apenas por questões de orem geográfica, histórica e econômica da produção mais conscistente cinematograficamente falando. Tá, tudo bem, não sou estudante de cinema tão pouco cineasta, não todos os marginais, vi um Glaubber e meio apenas (genial aliás, o Terra em Transe), mas tenho a nítida sensação que, apartir de "Central do Brasil", do Walter Salles, o cinema brazuca entrou numa nova onda. (nouvelle vagueee , não não) Os filmes passam no cinema, são feitos em quantidades maiores, as pessoas vão, dá orgulho por que é bem feito e geralmente são profundos, e enfim, me ufano de alguns filmes que vi desta nova safra.
Pois bem, o Walter Salles está envolvido no filme que vi ontem, o ótimo "Cidade Baixa", filme de estréia do diretor baiano Sérgio Machado, mas como produtor. Aliás, outro nome reconhecível na parte da estrutura fílmica é a KArin Ainuz, que escreveu com Sérgio o roteiro e é diretor do não menos bom "Madame Satã".
O longa é protagonizado por Wagner Moura, Lázaro Ramos e Alice Braga. Wagner e Lázaro fazem o papel de dois amigos de infância que tem um barco, e vivem de fretes ocasionais entre cidades do interior da Bahia e a cidade de São Salvador. Numa destas cidadezinhas ele encontram o persoangem qe Alice faz, uma menina, prostituta, que está precisando de carona para ir para Salvador ganhar uns pilas "com os gringos", uma trabalhadora do tão coenhcido turismos exual brasileiro. Carona acertada não sem antes uma breve e engraçado diálogo onde eles debatem o valor de um possível programa com ela, descontando o valor da carona. Deste encontro fortuíto nasce uma paixão incontrolável entre ela e os caras. Ah tenhoq ue dizer que os atores são FANTÁSTICOS. Lázaro ramos está se afirmando como um dos emlhores atores de cinema da atualidade. o Wagner também. Mas o negão me hipinotiza nas telas, tem um olhar profundíssimo, trasborda alma. A menina eu nunca tinha visto e é uma boa atriz.
Um dos princpais méritos do filme é a quebra de paradigmas que ele propõe. E não são poucos. Posso começar falando sobre o julgamento social dos personagens. O diretor se sai muito bem, mostrado estes caras à deriva, mas que não são bons nem maus, são apenas jovens vivendo em condições precárias, e se divertindo, e trabalhando e tentando afzer coisas diferentes. Crime e violência não aparecem no filme como sendo da "natureza" destas pessoas, mas como circunstâncias que acabam acontecendo quase que randomicamente. Exemplo disso é que na falta de grana que ocorre em Salvador por que não estão rolando fretes, um dos personagens rouba uma farmácia e outro comça a ltar box de fundíssimo de quintal. E o que é um ganho no roteiro, é que estes eprsionagens apesar de estarem "à margem" da classe média, tem opções e optam, e não agem como marionetes de um destino social.
Mas este cenário social é apenas um ponto. O mais forte diz respeito ao coração da trama: triângulo amoroso entre este personagens. Aliás, o filme gira em torno disso, como o amor vai se estruturando de uma forma não romântica. As pessoas começam a trepar. As pessoas começam a querer trepar novamente. As pessoas acabam pensando muito no alvo da trepada. As pessoas começam a cuidar das outras depois da trepada. As pessoas começam a cuidar e se aproximar uma das outras antes e depois das trepadas. E é isso que ocorre. Os personagens começam a dependem afetivamente um dos outros. E isso é msotrado genialmente em duas imagens chave do filme, uma na sequencia inicial e outra na sequencia final. Vamos a elas:
Sequencia inicial: Durante a ida para salvador o trio para numa rinha de galo. Rola uma briga e um dos caras leva uma facada, o outro quebra uma garrafa e acaba com o cara que deu a facada. OS caras volam para o braco, um esta gravemente ferido, a garota está aprtindo de carona mas decide ficar para ajudar. E no barco eis a imagem fundamental. Um amigo cuidando do outro, e ela junto, cuidando também. Na sequencia final que é absolutamente emocionante, o doretor espelha esta imagem. Agora o conflito está entre os dois amigos, ambos querem a garota, ambos estão no topo do desespero afetivo, e brigam a socos pelas ruas de Salvador. Vão brigando pela Cidade baixa, rolando pelas escadarias e ruelas, se batem de maneira animal. A gente vê pelos olhos dos atores a intensidade de ser uma briga de irmãos. De ser uma briga movida por sentimentos imensos de amizade e paixão, o que torna algo tão violento quase doce, vemos os meninos amigos por trás dos olhos dos homens enfurecidos. Vemos a amizade ferida pela idéia de traição, algo que reside profundamente no imaginário masculino, a parceria sem limites.
Depois se se baterem eles saem sem rumo pela cidade, sangrando por dntro e por fora. Para onde ir? Qual o pinto em comum? Qual o porto seguro onde les devem desembarcar? Eles vão par a garota. Primeiro um. O Wagner, ele chega, ele sentase na cama e ela com um pano mohado em uma abcia começa a cuidar dos feriemntos dele. Depois chaga o Lázaro, senta-se do lado do seu irmão e ela começa a limpá-lo tambem. Eles se olham. Olhos explodindo de choro contido, choro de macho. Ela vai impando ambos e começa a chorar também. A bacida de águá límpida vai ficando vermelha. o filme acaba ai. Não preciso dizer que é lindo e humano. Ao invés de incorrer no clichê de destruição absoluta o diretor aponta uma via afetiva. Quebra a nossa cara e a nossa perspectiva moralmente viciada de que um trio acaba em tragédia. Quebra a nossa viciada visão de que pobre é burro e violento. Quebra a nossa visão de mal e bem. Isso não está em jogo. Está em jgo hmanidade e sentimento. Está em jogo amor fraterno e amor carnal. Que são muito parecidos. Não existe o que fazer. Uns dependem dos outros, os elos que os ligam são de carne e sangue. Fica o gosto perplexo de que as ações humanas não podem ser julgadas por vias apenas racionais, ou vias viciadas em modelos moreias antiquados. Que existem espaços na afetividade que vão contra todos os modelos. O filme é explêndido por mostrar isso de maneira tão cristalina. É um elogio ao amor (seja lá o que esta palavra queirar dizer).

5 comentários:

Marco Bueno disse...

Eae... poxa contou o filme todo! =D Muito loko sua critica pois tb acho que o cinema brasileiro melhoro bastante mas ainda tem um longo caminho a seguir para que possa competir com os grandes! Falow

Anônimo disse...

João!
acabei de ler a tua crítica e fiquei afim de ver o filme. mas te confesso que pelo final citado acho que vou sofrer e percebo ainda o quanto tenho muito o que transmutar em mim de já adquirido, de afetos já organizados e com alguns julgamentos camuflados, mas latentes. dificil pensar na sequência cortada, na imagem com fim. sim a sequência continua em mim e é isso mesmo qeu tu falou que tento pensar não há bilateralidade (bem e mau)mas sim uma transmutação! há uma complementação do homem mais ampla e quero definitivamente mais Nietzsche à Freud! quero mais misturança ao invés de linhas retas...
obrigado pela aberturinha...
Carina.

Anônimo disse...

Tá vontade de ver denovo! Estava lendo coisas do filme por aí e achei uma imagem linda, da cena dos três dançando enlouquecidos na boate...linda de morrer!
http://www.cinemacafri.com/movie.jsp?movie=440

delícia!

beijos dessa

Anônimo disse...

Tá vontate...hehe

Anônimo disse...

como faço para não ser anônima?
...!!!