De uma olhadinha no video. Não existem coincidências, as questões conceituais formais espelham-se e recriam-se o tempo todo, labirintos de espelho. Casulos.
desfrute lygia!
ARIEL — Sim, senhor.
PRÓSPERO — Por grávida encontrar-se, essa megera de olhos azuis foi para cá trazida e abandonada pelos marinheiros. Tu, meu escravo, como te nomeias, eras, então, seu criado. Mas por seres umespírito muito delicado para suas ordens por demais terrenas e repugnantes, não te submetias a quanto ela ordenava, razão clara de te haver ela, ouvindo o imperativo de seu furor imenso e com o auxílio de seus ministros de poder mais forte, fechado numa fenda de pinheiro. Nessa racha de tronco, atormentado, uns doze anos ficaste, no qual tempo veio a morrer a amaldiçoada bruxa, na prisão te deixando, onde soltavas gemidos tão freqüentes como as rodas do moinho em seu girar. Então, esta ilha — se excetuarmos o filho que ela teve, um mostrengo manchado — forma humana nenhumaa enobrecia.
ARIEL — Sim, seu filho Calibã.
PRÓSPERO — Coisa obtusa, é o que te digo. É o mesmo Calibã que ora me serve. Ninguém melhor que tu sabe os tormentos em que te achei. Faziam teus gemidos ulular lobos e calavam fundo no coração dos ursos indomáveis. Era martírio para os condenados aos suplícios eternos, que desfeito já não podia ser por Sicorax.
ARIEL — Agradeço-te, mestre.
PRÓSPERO — Caso venhas de novo a murmurar, fendo um carvalho e como cunha te comprimo dentro de seu nodoso corpo, até que venhas ululado durante doze invernos.
TASK: o performer ao colar-se ao objeto, nesse caso a árvore florida, expande sua pele, deixa com que a ação o leve a um CsO Um Corpo sem Órgãos, um corpo desorganizado e pleno processo de devir. Nesse caso podemos apontar diretamente o devir "tempestade" ja que a ação remete também ao processo artístico em si ( o enrrolar-se na fita durex e o campo lírico que esta gera) e lembremos do Próspero de Greenaway, todos os devires do mago são reflexos do seu próprio discurso.