quinta-feira, junho 26, 2008

Outros casulos

Aqui nesse livrolíquido online vou tecendo as teias conceituais que formam o presente trabalho de investigação e criação em arte presencial. estou me conectando com o trabalho da Lygia Clark. E é sabido da sua profunda relação com outro peso pesado da arte, Hélio Hoiticica. Hélio tambem partiu de uma investigação concretista e foi se direcionando aos paradoxos inerentes a contemporaneidade: fundindo corpo-objeto, criado zonas de vizinhança entre territórios distintos, arte cotidiano homem objeto culturas hibridizadas. Os parangolés são diamantes de lona cor e plástico. São ventos de criação. Invenção que tende ao infinito. Uma das muitas ilhas indispensáveis ao pensarmos no arquipélago da arte contemporânea.
De uma olhadinha no video. Não existem coincidências, as questões conceituais formais espelham-se e recriam-se o tempo todo, labirintos de espelho. Casulos.




desfrute lygia!

sexta-feira, junho 20, 2008

Casulo N.3 - Vídeo

Para os amigos que sempre perguntavam: cadê o vídeo?!
ai está!

Câmera : João Maria
Performance e edição : João de Ricardo

Casulo N. 3

segunda-feira, junho 16, 2008

TERESA E O AQUÁRIO: A NOVA PEÇA DA CIA ESPAÇO EM BRANCO



O projeto vencedor do VIII Prêmio palcohabitasul de Montagem Cênica foi "Teresa e o Aquário".

Jurados: Alejandro Ahmed (Cena 11 - Florianópolis), Félix Bressan, Paulo Balardim e Zoravia Betiol.

Parecer de Alejandro:

Meu voto vai para Teresa e o Aquario da Cia. Espaço em Branco.

O projeto apresenta maior completude em relação aos itens solicitados no regulamento do Prêmio.

O maior detalhamento do planejamento criativo e prático aponta para maior potencial de realização eficiente da montagem.

A proposta de trabalhar com Teatro, Dança e Dramaturgia para estruturar o sistema de concepção da obra sugere investigação interdisciplinar e pode gerar novas estratégias de tratar a cena.

A proposta de Desmontagem cênica procura abranger desde o processo até o acesso facilitado ao público.

O acompanhamento dos ensaios pelo Dramaturgo propõem uma organização espontânea e de real troca entre as áreas.

Parecer de Paulo:

"Teresa e o aquário" aponta para uma linha investigativa teatral, a qual utilizará variados elementos artísticos em prol da externalização das subjetividades textuais e das capacidades dos atores.
O projeto contém substancial coerência, tanto em sua concepção quanto em sua metodologia e a equipe técnica e elenco envolvidos já apresentam uma trajetória significativa no tipo de proposta cênica apresentada, apesar de ser uma companhia jovem. Com isso, espera-se que a qualidade final do trabalho corresponda fidedignamente ao capricho com o qual foi meticulosamente elaborado o projeto.

Votação internet:
272 - Teresa e o Aquário
17 - Funerária Brasil S/A

FONTE:

http://www.palcohabitasul.com.br/7montagemrs/default.asp?coduf=1&pg=vencedor

Da 25 de junho estou indo para Porto com a Alegre responsabilidade de criar com meus companheiros artistas da Cia Espaço em BRANCO um novo espetáculo. Mais do que um espetáculo, Teresa é desde já território de investigação, de trasbordamento de memórias e afetos, pessoais e do próprio coletivo de artistas.
O espetáculo também já é máquina desejante de atualizar as relações artíticas da Cia, cruzando as experiências "solo" que tivemos de Andy/Edie até agora.
Desde já ta convido os amigos da Cia. a se juntarem a nós e colaborarem no projeto. O processo pretende-se bastante poroso e a sala de ensaio terá acesso a quem desejar estar conosco.

Abraços

JdR
(preparando as malas e a coragem)

terça-feira, junho 10, 2008

Casulo N. 3 - Sebastiãos, Prósperos, Ariels e outros devires



Esse Casulo foi realizado domingo, dia 09 de junho no Pátio do Ciclo Básico, UNICAMP. CAsulo número três propõe a integração do casulo com um Ypê Florido. Tambm lança seus peles plásticas em direção aos devires corporais que povoam "A Tempestade" de Willian Shakespeare,o imaginário erótico espiritual das imagens de São Sebastião e o horror dos corpos mumificados.
A documentação foi feita pelos colegas-participantes Isabella de Oliveira, Ju, João Maria e Adriel apartir da seguinte proposta: com o seu olhar, procure onde o corpo se trasforma. O álbum abaixo é o olhar do Adriel sobre a ação:



esse álbum é mais longo e foi feito com os olhares da Isa e da Ju


PRÓSPERO — Ah! sim? Preciso todos os meses repetir quem foste, coisa de que te esqueces a toda hora. Essa bruxa maldita, Sicorax, por crimes horrorosos e terríveis feitiçarias que os mortais ouvidos não podem suportar, se viu banida, como sabes, da Argélia. Uma só coisa — ia ser mãe — pôde salvar-lhea vida. Não é verdade tudo?

ARIEL — Sim, senhor.

PRÓSPERO — Por grávida encontrar-se, essa megera de olhos azuis foi para cá trazida e abandonada pelos marinheiros. Tu, meu escravo, como te nomeias, eras, então, seu criado. Mas por seres umespírito muito delicado para suas ordens por demais terrenas e repugnantes, não te submetias a quanto ela ordenava, razão clara de te haver ela, ouvindo o imperativo de seu furor imenso e com o auxílio de seus ministros de poder mais forte, fechado numa fenda de pinheiro. Nessa racha de tronco, atormentado, uns doze anos ficaste, no qual tempo veio a morrer a amaldiçoada bruxa, na prisão te deixando, onde soltavas gemidos tão freqüentes como as rodas do moinho em seu girar. Então, esta ilha — se excetuarmos o filho que ela teve, um mostrengo manchado — forma humana nenhumaa enobrecia.

ARIEL — Sim, seu filho Calibã.

PRÓSPERO — Coisa obtusa, é o que te digo. É o mesmo Calibã que ora me serve. Ninguém melhor que tu sabe os tormentos em que te achei. Faziam teus gemidos ulular lobos e calavam fundo no coração dos ursos indomáveis. Era martírio para os condenados aos suplícios eternos, que desfeito já não podia ser por Sicorax.

ARIEL — Agradeço-te, mestre.

PRÓSPERO — Caso venhas de novo a murmurar, fendo um carvalho e como cunha te comprimo dentro de seu nodoso corpo, até que venhas ululado durante doze invernos.

TASK: o performer ao colar-se ao objeto, nesse caso a árvore florida, expande sua pele, deixa com que a ação o leve a um CsO Um Corpo sem Órgãos, um corpo desorganizado e pleno processo de devir. Nesse caso podemos apontar diretamente o devir "tempestade" ja que a ação remete também ao processo artístico em si ( o enrrolar-se na fita durex e o campo lírico que esta gera) e lembremos do Próspero de Greenaway, todos os devires do mago são reflexos do seu próprio discurso.